O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em foto nas redes sociais| O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em imagem de Hugo Barreto/Metrópoles | Ao fundo, o mapa mundi | Sobreposição de imagens
Ex-presidente se recusava a conversar com chefes de Estado e governos que não estivessem ideologicamente alinhados com suas crenças
Quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva completar 150 dias de governo, ele já terá se encontrado com mais chefes de governo do que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante seus quatro anos no Palácio do Planalto, calcula ‘O Globo‘.
O jornal observa e menciona os esforços da gestão atual de pôr a política externa brasileira de volta em seus trilhos históricos após quatro anos de afastamento da cena multilateral e de priorizar temas antes marginalizados como meio ambiente e direitos humanos.
A matéria diz que Lula já se reuniu com 30 presidentes ou primeiros-ministros, contando os oito que encontrou às margens da cúpula estendida do Grupo dos Sete (G7), fórum de alguma das economias mais industrializadas do planeta, no fim de semana.
Já Bolsonaro, teve apenas 31 encontros em quatro anos, quantia que será ultrapassada quando seu sucessor receber no próximo dia 30 representantes de toda a América do Sul para um retiro em Brasília.
O estadista brasileiro, em apenas cinco meses, passou por nove países em três continentes. O contraste entre as agendas internacionais de Lula e Bolsonaro devem aumentar, diz o texto.
Bolsonaro teve encontros com apenas nove líderes em 2019, seu primeiro ano de governo e o último antes da pandemia eclodir. Já Lula, acumulou 12 encontros em seu primeiro mês de volta ao Planalto.
Bolsonaro recusava-se a conversar com chefes de Estado e governo que não estivessem ideologicamente alinhados com suas crenças.
Agora, Lula busca reforçar os laços regionais, levando o Brasil de volta para a Celac e para a União de Nações da América do Sul (Unasul). Encontrou-se com quase todos os vizinhos — e já recebeu inclusive o recém-eleito presidente paraguaio, Santiago Peña, em Brasília. Ele será empossado dia 15 de agosto.
O aceno também é forte para os organismos multilaterais, defendendo com frequência a necessidade de uma reforma no sistema de governança global e das instituições financeiras internacionais. Em Hiroshima, Lula encontrou-se com o secretário-geral da ONU, António Guterres, e a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, com quem discutiu, entre outros assuntos, o drama econômico argentino.
Lula voltou a defender que o Conselho de Segurança da ONU seja expandido para refletir um mundo pós-Guerra Fria — os cinco membros-permanentes são EUA, França, China, Rússia e Reino Unido — e endossou o coro por reformas no FMI e no Banco Mundial, por exemplo.