A doleira Nelma Kodama foi presa em hotel de luxo em Portugal | Fotografia de Jefferson Coppola
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Nelma é ex-namorada do doleiro Yousseff e foi presa em 2014 com 200 mil euros na calcinha
A primeira delatora da Lava-Jato, que foi condenada a 18 anos de prisão no ano de 2014, a doleira Nelma Kodama, que é ex-namorada do também doleiro Alberto Youssef, foi presa pela Polícia Federal nesta terça-feira (19/4) em um hotel de luxo de Portugal, no âmbito da operação Descobrimento, de combate ao tráfico internacional de drogas.
Nelma foi presa em 2014 no âmbito da Lava-Jato com 200 mil euros na calcinha, quando tentava embarcar no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Na época, a então milionária movimentava em um único mês cerca de US$ 200 milhões sem documentação.
A ação da PF
Além do país europeu, policiais também cumprem mandados em cinco estados do Brasil: BA, SP, MT, RO, PE. Há suspeitas de que a doleira estaria atuando na lavagem de capitais para o tráfico das drogas.
Estas investigações foram iniciadas em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento e, após inspeção, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.
De acordo com a reportage no jornal O Globo, a PF identificou a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países. O grupo era composto por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares, transportadores e doleiros, encarregados da movimentação financeira.
As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador e pela justiça portuguesa. Além de mandados de buscas e apreensão e de prisão preventiva, foram decretados o sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.
Sobre Nelma
Nelma foi acusada de atuar em parceria com Youssef em um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou mais de R$ 10 bilhões em valores da época. Depois de cumprir cinco anos de pena por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa, entre o regime fechado e domiciliar, ela se livrou em 2019 da tornozeleira eletrônica que usou por três anos.
Endividada, a doleira chegou a montar um bazar de peças das grifes mais caras do mundo, quando devia à Justiça mais de R$ 100 milhões em multas pelos crimes de sonegação fiscal, em reparação de danos apurados pela Lava-Jato e impostos retroativos.