Hans Kluge, diretor regional da OMS na Europa | Foto: Alberto Pizzoli / AFP Getty Images
A afirmação de Hans Kluge é um perigo para a interpretação do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. O responsável pela regional da Organização na Europa diz que os gestores mundiais de saúde deverão agora “adaptar gradualmente” sua “estratégia de vacinação”, com o vírus provavelmente resistindo nos próximos anos. De posse destas informações, o presidente brasileiro pode querer justificar que os quase 600 mil brasileiros vitimados pelo novo coronavírus não deixariam de sê-lo com uma vacinação mais responsável. Mas, embora seja improvável que a imunidade coletiva seja alcançada apenas com a imunização, Kluge acrescentou que altas taxas de vacinação são necessárias para “descarregar a pressão dos sistemas de saúde”
O diretor regional da OMS (Organização Mundial de Saúde) na Europa, Hans Klude, afirmou nesta sexta-feira (10) que devido às novas e mais recentes variantes contagiosas da Covid-19 dificilmente as vacinas serão suficientes para acabar com pandemia e que, por este motivo, os gestores mundiais de saúde deverão agora “adaptar gradualmente nossa estratégia de vacinação”, com o vírus provavelmente resistindo nos próximos anos. A afirmação de Kluge é um perigo para a interpretação do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro. De posse destas informações, o presidente brasileiro pode querer justificar que os quase 600 mil brasileiros vitimados pelo novo coronavírus não deixariam de sê-lo com uma vacinação mais responsável.
Embora agora seja improvável que a imunidade coletiva seja alcançada apenas com a vacinação, Kluge acrescentou que altas taxas de vacinação são necessárias para “descarregar a pressão dos sistemas de saúde”. Mesmo assim, com o argumento de que a economia não pode parar, o ritmo da imunização no país pode sofrer redução através da notória negligência com a saúde do povo brasileiro, como se tem confirmado nos últimos meses, através da CPI da Covid.
O diretor da Organização havia dito anteriormente que a pandemia terminaria quando houvesse uma cobertura mínima de 70% na vacinação, mas essa meta mudou devido ao surgimento de mais variantes: “Isso nos leva a concluir que o objetivo da vacinação é, antes de mais nada, prevenir doenças mais graves e evitar a mortalidade”.
“Se considerarmos que a Covid continuará a sofrer mutação e permanecerá conosco, como ocorreu com a gripe, então devemos antecipar como adaptar gradualmente nossa estratégia de vacinação à transmissão endêmica e reunir um conhecimento realmente precioso sobre os impactos adicionais.”
Assista no vídeo abaixo:
Conforma declarou recente mente a OMS, a variante Mu e outras mutações podem ser mais resistentes as evidências desta conclusão sejam pequenas. Mu é responsável por 39% dos casos na Colômbia e 13% dos casos no Equador.
Um recente boletim da OMS diz que “desde a primeira identificação na Colômbia em janeiro de 2021, houve alguns relatos esporádicos de casos da variante Mu e alguns surtos maiores foram relatados em outros países da América do Sul e na Europa.” Apesar do aumento de casos nestes países do Cone Sul Embora a prevalência global da variante Mu entre os casos sequenciados diminuiu para menos de 0,1%.