Tendência do governo Lula de ter o domínio da Comissão de investigação do ‘8 de Janeiro’ se soma ao inconformismo do ex-ministro em estar preso, escreve Chico Alves
O jornalista Chico Alves diz, em artigo no ‘UOL‘, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem “extensa coleção de barbaridades que já o teria encaminhado para o xilindró“, pelos motivos mais do que conhecidos do público progressista, se o Brasil não tivesse uma Justiça tão “conciliadora“.
Mas, agora, a consumação deste ‘sonho’ da esquerda está mais próximo do que nunca, especialmente após a reação “rápida e acertada” da base do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que passou a apoiar uma CPMI dos atos golpistas de ‘8 de Janeiro’, que antes era somente uma “ideia maluca da oposição bolsonarista“, somada a um novo depoimento de Anderson Torres.
Os opositores a Lula querem “inverter a culpa” pela depredação às sedes dos Três Poderes, “diante da péssima repercussão golpista teve até entre os eleitores da direita“, escreve Alves. Contudo, após a edição do vídeo da ‘CNN‘, os governistas “passaram a apoiar a criação da CPMI e vão brigar para dominá-la“, enquanto a oituva com o ex-ministro da Justiça de Bolsonaro terá “condições bem mais desfavoráveis“.
Isso porque, “abatido, deprimido” e “cada vez mais inconformado com a prisão, Torres cedeu à PF a senha da nuvem do celular que providencialmente havia “perdido” nos Estados Unidos. A expectativa é de que informações comprometedoras para Bolsonaro venham à tona“, escreve Chico Alves.
“Se o governo conseguir o domínio da CPMI, terá uma rica matéria-prima para destrinchar no Congresso, sob a atenção de grande audiência. Assim, a possibilidade de Bolsonaro parar na cadeia ficaria bem menos distante“, opina o jornalista. “A comoção criada por uma investigação parlamentar pode pavimentar o caminho do ex-presidente até à cela“.
“Os próximos dias serão decisivos para sabermos se as peças desse quebra-cabeças, que parecia tão favorável à oposição, formaram uma cena em que os bolsonaristas se arrependam profundamente de terem sugerido uma CPMI“.