Contrassenso: reunião virtual para decidir retorno presencial da volta às aulas

Doria e Covas querem alunos nas escolas, mesmo se o estado estiver na fase vermelha do Plano São Paulo, que corresponde aos piores índices da pandemia

O Governador do Estado de São Paulo, João Dória, e o Prefeito da cidade de São Paulo, Bruno Covas, ambos do PSDB, bem como seus respectivos secretários, utilizaram de ferramentas virtuais para decidirem a vida de milhares de alunos da rede pública e privada de ensino ao retorno escolar no modo presencial.

As escolas das redes estaduais públicas e privadas de ensino abrem no dia 1° de fevereiro e as municipais devem retomar as atividades no dia 15. Para o Estado, ficou acordado que os municípios poderão retomar em 35% da capacidade máxima de alunos da escola, o que implicaria em pelo menos 1/3 dos alunos que devem estar presentes na sala de aula.

O plano para a gestão escolar do município de São Paulo prevê um sistema de rodízio de alunos em que todos serão obrigados a frequentar as aulas em todas as séries de ensino.

Segundo o Secretário Municipal da Educação, Fernando Padula, haverá a distribuição de kits de segurança para cada aluno da rede pública contendo um sabonete, uma caneca e três máscaras. O Secretário Municipal da Saúde, Edson Aparecido, anunciou um sistema de monitoramento de vigilância que conta com apoio das unidades de vigilância em saúde na escola. As Unidades Básicas de Saúde (UBS) farão o monitoramento dos alunos, pais e professores.

Professores acima de 60 anos ou do grupo de risco não retornarão as atividades.

O vereador Celso Giannazi fez uma crítica à prefeitura em seu Twitter e lembra da situação precária que se encontra a rede pública de ensino do Estado de São Paulo:

OS PROFESSORES NÃO ESTÃO DE ACORDO COM A MEDIDA

A ideia da gestão tucana é voltar às aulas presenciais, mesmo se o estado estiver na fase vermelha do Plano São Paulo, que corresponde aos piores índices da pandemia. Os professores são contra o retorno às aulas presenciais, e classificam essa iniciativa como “um absurdo”.

Tanto o presidente da Federação do Professores do Estado de São Paulo, Celso Napolitano, quanto o presidente da Apeoesp, Roberto Guido, são contra o retorno presencial, sendo que a Apeoesp entrou com pedido na Justiça para adiar o retorno da volta as aulas que estão suspensas desde março de 2020. No entanto, a Justiça negou o pedido do sindicato classificando as instituições de Ensino Básico como serviços essenciais para que elas pudessem continuar abertas mesmo em regiões que estivessem em fases mais restritivas do plano de controle da epidemia do coronavírus. “Não há na documentação a ela acostada sequer um parecer de um epidemiologista, infectologista ou profissional adequadamente qualificado opondo-se ao plano de volta às aulas”, afirmou na decisão o juiz José Gomes Jardim Neto.

O secretário estadual de Educação, Rossielo Soares, comemorou a decisão do juiz afirmando que estão no caminho certo.

No entanto, não há consenso sobre o retorno às aulas, sobre o comportamento do vírus e o quanto poderá ser prejudicial um retorno sem a vacinação completa da população, já que a cidade de São Paulo tem apresentado um quadro bastante desfavorável no combate à pandemia e no aumento de casos após as festas de final de ano, em que os leitos de UTI em algumas regiões do país já está colapsando.

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