Cinco jornalistas metralhados escapam da morte: “Balas caíam como cascata no carro” (Vídeo)

 Os cinco corresondentes ingleses do Sky News correm sob a proteção de um muro de concreto até a fábrica à esquerda, após rolarem por um barrando do alto da estrada, deixando para trás o veículo em que viajavam para Kiev, pois foram metralhados por rajadas de tiros sem fim e sobreviveram por muita sorte, se protegendo, abaixados, atrás do motor do automóvel | Imagem reprodução Sky News


PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO

Eles ganharam sorvetes em posto ucraniano e seguiram por estrada indicada, mas o silêncio assustador foi seguido por muitos tiros e rajadas de fuzis – tudo filmado pela câmera ligada enquanto os cinco da Sky News encaravam a morte

Paramos em um posto e falamos com soldados e polciais ucranianos. Perguntamos pela estrada para Kiev”, diz o correspondente-chefe, Stuart Ramsay, de uma equipe de cinco jornalistas da Sky News, no início de seu relato sobre como eles conseguiram sobreviver a um ataque de russos, como afirmou em publicação no site da agência de notícias, na noite desta sexta-feira (4/3). O operador de câmera, Richie Mockler, levou dois tiros em seu colete, enquanto o próprio Ramsay foi ferido. 

No texto do site, o chefe dos correspondentes disse que, ao parar em um posto ucraniano, na semana passada, “um policial caminhou até o carro e nos entregou sorvetes pela janela, dizendo que poderíamos virar à esquerda e descer a estrada para Kiev“. Ramsay relatou “um silêncio mortal” durante o percurso. “Tudo parecia deserto” até que “do nada, uma pequena explosão e eu vi algo bater no carro e um pneu estourar“.

Então estávamos sob ataque total. Balas caíram em cascata por todo o carro, rastreadores, flashes de balas, vidros de pára-brisa, bancos de plástico, volante e painel se desintegraram“, escreveu Ramsay no site. “Depois fomos informados pelos ucranianos que estávamos sendo emboscados por um esquadrão de reconhecimento russo sabotador“. 

Martin Vowles, que estava dirigindo, saiu do carro primeiro, rapidamente seguido por Andrii Lytvynenko, deixando eu, Richie e Dominique Van Heerden, dentro, protegendo-se nos pés e no banco de trás. Como ainda pensávamos que era mais um posto de controle do exército ucraniano atirando em nós, começamos a gritar que éramos jornalistas, mas os tiros continuavam”, narrou.

Tínhamos que sair para sobreviver, mas o fogo que se aproximava era intenso. Dominique empurrou a porta um pouco mais e escorregou para o chão, rastejando em direção a uma barreira da rodovia e depois mergulhou em um barranco de uns 12 metrose e rolou até lá embaixo. Então eu fui atingido na parte inferior das costas e qritei: “Fui atingido!”. Mas não doeu tanto. Foi mais como levar um soco. Saí do carro, me levantei e comecei a correr. Perdi o equilíbrio e rolei no barranco como um saco de batatas, e cortei meu rosto. Meu colete e capacete certamente me salvaram“.

“Richie ainda estava dentro do carro. As balas atingiam o carro toda vez que ele se movia. Ele estava sendo protegido pelo bloco do motor . Ele chamou, e nós gritamos para ele vir. Mas então o silêncio. Pareceu uma eternidade. Até que ele surgiu no barranco e saltou em nossa direção, seguido por uma saraivada de tiros. Nos reagrupamos. Nós cinco estávamos vivos. Não podíamos acreditar”.

Como ainda estávamos na linha de tiro, nos afastamos usando um muro de concreto como cobertura e vimos uma fábrica com o portão aberto. Corremos, um de cada vez, e achávamos que os atiradores viriam para acabar conosco. Uma porta se abriu e três zeladores acenaram para que entrássemos. Corremos para dentro e nos reunimos, enquanto Martin e Dominique ligavam para os funcionários da Sky, pedindo resgate.

“Acreditávamos que levaria horas até que fôssemos tirados dali. Lá fora, os sons de tiros se intensificaram. Não tínhamos ideia do que estava acontecendo. Estávamos com medo de que a qualquer momento as portas da garagem explodissem e viessem nos matar. Com medo, ansiávamos pela notícia do resgate. Até que o tefefone tocou e nos disseram que tínhamos que esperar até de manhã. Já estava escuro como breu lá fora”.

Comecei a cochilar em um sofá. Me lembro vagamente de ter visto uma luz piscando, depois o som de botas pesadas e gritos na escada. Richie disse que estava convencido de que era o fim, antes de ouvir estas belas palavras: “Polícia ucraniana, venha rápido!“. Saímos em fila e fomos enfiados em um veículo da polícia, o motorista ligou o motor saímos cantando pneu pelos portões da fábrica. O caminho era longo, mas havíamos sido resgatados”. 

Hoje, sabemos que tivemos muita sorte, mas milhares de ucranianos estão morrendo e famílias estão sendo alvo de esquadrões de ataque russos, assim como nós fomos. Esta guerra piora a cada dia“.

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