Brasileiro tenta matar vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner (vídeo)

LULA se solidariza: “Esta violência e ódio politico é ameaça à democracia na nossa região. Democratas não tolerarão”, afirmou o ex-presidente

Um brasileiro foi preso nesta quinta-feira (1/8) após tentar atirar com arma de fogo no rosto da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em frente à sua casa, no bairro nobre da Recoleta, em Buenos Aires. A pistola falhou na hora do disparo, conforme é possível ver nas imagens que viralizaram nas redes sociais. Autoridades disseram que o agressor foi identificado como Fernando Andres Sabag Montiel, brasileiro de 35 anos, filho de um chileno com uma argentina, nascido em São Paulo e morador da Argentina desde a década de 1990. Ele é motorista de aplicativo e tem antecedente criminal por porte de arma branca.

O ex-presidente LULA, líder das pesquisas presidenciais para a eleição de outubro, se solidarizou com a também ex-presidente argentina. Em seu seu perfil no Twitter LULA disse que a “companheira Kirchner” foi “vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa“. LULA ainda desejou que “o autor sofra todas as consequências legais“. Na sequência, LULA disse que “esta violência e ódio politico que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas“. Assista ao vídeo abaixo e, a seguir, leia a declaração de LULA:

A arma utilizada no crime era uma pistola Bersa de calibre .32 e estava carregada com cinco balas, disseram as autoridades, conforme noticiaram diversas agências de notícias. O presidente da Argentina, Alberto Fernández, discursou em cadeia nacional, repudiando o ataque, e convocou todos os argentinos a lutarem contra o discurso de ódio “e qualquer forma de violência” no país. Foi decretado feriado nacional nesta sexta-feira (2/8), “em solidariedade” à vice-presidente.

Cristina falava a apoiadores em frente ao edifício em que mora quando foi abordada pelo homem armado, que mirou sua cabeça e engatilhou a arma, mas ela não funcionou. Segundo relataram ao jornal La Nación pessoas que estavam no local, a vice-presidente chegou a se agachar. O brasileiro foi preso imediatamente e transferido para uma delegacia de polícia, onde foi interrogado. Desde a semana passada, seguidores fazem vigília em frente à casa da vice-presidente, que enfrenta um julgamento sob a acusação de corrupção e um pedido do Ministério Público de 12 anos de prisão e inabilitação política perpétua. No sábado, milhares de pessoas também se manifestaram em praças e avenidas da Argentina em seu apoio.

A ex-presidente de 2017 a 2015, de 69 anos foi acusada, no início da semana passada, dos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta para beneficiar um empresário em licitações públicas quando era presidente do país, de 2007 a 2015. O veredicto da Justiça deve sair até o final do ano, e, caso condenada, Cristina, que é também senadora e tem imunidade, poderá recorrer à Corte Suprema argentina. Ela e Fernández afirmam que a denúncia da Promotoria é política. O pedido de prisão de Cristina acirrou ainda mais a polarização na Argentina. No sábado, houve troca de acusações entre o presidente Fernández e o prefeito de Buenos Aires, o opositor Horacio Larreta, que fechou as ruas no entorno da casa da vice-presidente, alegando que seus apoiadores estavam tumultuando o bairro.

Fernández protestou com uma postagem no Twitter na qual acusou Larreta de “impedir a livre circulação” das pessoas e provocar um clima de “insegurança e intimidação”. Ele afirmou ser “imperioso que o assédio à vice-presidente cesse”, pedindo a garantia do “direito à livre expressão e manifestação dos cidadãos”.

Assine para obter acesso

Leia mais sobre este conteúdo ao tornar-se assinante hoje.

      Comente

      Comente

      Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.