Brasil posa de potência mas gringo ainda toma nosso Nióbio

Dr. Adriano BenayonEntrevista com o Dr. Adriano Benayon – Doutor em economia pela Universidade de Hamburgo, ex-diplomata do Itamarati e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento – sobre a exportação subfaturada (ou contrabando) do nosso mais valioso minério de ferro em Araxás – MG, onde está localizada a maior reserva mundial (97%) do mineral Nióbio (Elemento Químico Nb da tabela periódica com nº atômico 41 e massa atômica 92,9u.) – componente de liga indispensável à produção do aço utilizado pelas indústrias automobilística e aeroespacial devido à resistência à altas temperaturas e à ferrugem. O Canadá tem 3% das jazidas, com o qual mantém um admirável sistema gratuito de saúde e educação.

Nb41-vert“Ao meu ver precisamos ter muito mais autonomia política. O Brasil, e todo o mundo, entrou em um modelo das chamadas democracias representativas, onde são eleitos representantes para o congresso, governos e ministérios. As eleições estão muito dominadas pelo dinheiro. Toda campanha eleitoral depende de recursos financeiros e ao mesmo tempo depende de acesso à mídia. E a mídia é, praticamente, controlada pelos mesmos interesses (principalmente estrangeiros) que dominam a economia brasileira. Então o Brasil fica em um impasse, não só econômico mas também político. Penso exatamente que o Nióbio seria um tema muito bom para servir à convocações de movimentos populares, principalmente pelo fato de ele ser emblemático – representa todo o problema do Brasil. Embora ele seja uma coisa específica ele nos remete a toda essa questão que é geral como a desindustrialização, a desnacionalização e, ao mesmo tempo, o controle que isso implica sobre a política brasileira. Nesse caso você não tem o que fazer. O povo vai ficando cada vez mais sem meios de ação. Porque a mídia não publica, geralmente, aquilo que se aponta de verdade, então o grosso das pessoas acaba nunca tomando conhecimento. Depende de uma mobilização. Depende que alguns, ou que muitos que tenham tomado conhecimento, multipliquem a mensagem e formem uma massa crítica capaz de reivindicar isso. Então quando você chama a questão do Nióbio com toda essa informação que mostra tanto prejuízo para o Brasil, em função só do Nióbio, a gente tem que ter presente que esse caso é muito grande, muito importante, mas é só um entre muitíssimos outros casos, e é um caso, como eu digo, representativo de toda uma estrutura econômica e política que não tem como tirar o Brasil do empobrecimento em que ele está caindo cada vez mais. Então não adianta ficar posando de potente sem ter poder nenhum dizendo que é país emergente ou potente. Não, nós temos é que partir a realizar e chegar um dia lá, mas chegar com fatos, não com um discurso na ONU que aquilo é um blá-blá-blá que não serve pra nada.”

Fonte: youtube

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