Bolsonaro se irritou com Levy por não haver caixa-preta no BNDES para incriminar o PT – O mesmo com Santos Cruz, que bloqueou pagamentos a blogs olavistas

Um dos motivos que levou o presidente Jair Bolsonaro a humilhar o economista Joaquim Levy e dizem que a sua cabeça estava a prêmio foi a tal “caixa-preta” do BNDES, que Bolsonaro prometeu encontrar para incriminar o PT.

Durante a campanha, Bolsonaro e seus apoiadores diziam que assim que tomassem posse o BNDES iria ser passado a limpo, revelando um escândalo de corrupção maior que o ‘petrolão’. Assim que tomou posse, Bolsonaro prometeu que na primeira semana de seu governo a tal ‘caixa preta’ seria aberta, mostrando supostas fraudes em empréstimos concedidos na era petista.

“Caixa-preta alguma foi aberta. E, no BNDES, há uma unanimidade sobre o tema: não tem nada para aparecer. Bolsonaro nunca se conformou”, escreveu o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.

Da mesma forma, o general Santos Cruz também perdeu cargo por motivo semelhante:

Militares com assento no Palácio do Planalto afirmam que o ex-ministro Carlos Alberto Santos Cruz, demitido da Secretaria de Governo, vinha recebendo pressão cada vez maior de Carlos Bolsonaro. Segundo essas fontes, na primeira reunião de Cruz com Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação da Presidência (Secom), próximo de Carlos Bolsonaro, este apresentou ao ministro o projeto de pagar 320 mil reais por mês ao escritor Olavo de Carvalho para que ele tivesse um programa de TV veiculado na EBC, TV Escola e em plataformas digitais do governo. Além disso, Wajgarten propôs a Cruz colocar um olavista em cada uma das secretarias de comunicação dos ministérios. Cruz disse não.

A ideia foi reapresentada uma segunda vez. O valor passou de 400 mil. Cruz disse não, de novo.

O confronto com Olavo e a recusa a ceder dinheiro ou emprego ao escritor e seus seguidores foi a onda que se avolumou contra o ministro, tornando-se um problema para o presidente Jair Bolsonaro, que o tem como um amigo. “Foi um momento constrangedor para nós”, disse ele. “O governo segue aberto, mas [ele] não demonstrou interesse [em continuar].”

Embora seja militar, Cruz não estava no governo na cota dos militares, e sim na do próprio Bolsonaro, de quem é próximo desde que o defendeu na sua exclusão da ativa, quando o hoje presidente ainda era capitão. Por essa proximidade, Cruz era dos poucos que, dentro do governo, acreditava ter cacife para confrontar o presidente e impedir erros – incluindo o avanço do olavismo.

via A República / Brasil 247

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