Bolsonaro pode ser penalizado criminalmente por terrorista “que afirmou não ter agido sozinho”

Flávio Dino diz que “tudo [na posse de Lula] vai ser revisto, tudo repassado, passo a passo, para fortalecer a segurança” de Lula “e da posse”

O candidato derrotado para Lula (PT) na última eleição presidencial de outubro, o ainda presidente Jair Bolsonaro, poderá ser penalizado criminalmente por sua responsabilização pelo ato do terrorista “que afirmou não ter agido sozinho“, no episódio em que ele tentou explodir um caminhão carregado com mais de 60 mil litros de querosene, em frente ao aeroporto em Brasília.

Tudo vai ser revisto, tudo repassado, passo a passo, para fortalecer a segurança do presidente e da posse. Estamos diante de um fato novo muito grave, envolvendo um homem com fuzis e bombas, que afirma não ter agido sozinho“, disse, conforme transcrição na Folha de S. Paulo, o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), neste domingo de Natal (25/12).

Desta forma, “não estão descartadas mudanças nos horários dos eventos, no trajeto de Lula na Esplanada e na programação, que envolve diversos shows“, diz o texto da matéria, que reproduz outro trecho da fala de Dino, sobre a gravidade da situação: “Estamos em outro patamar, de terrorismo“.

“Ele diz que é gerente de posto e investiu R$ 160 mil em armas. Quem pagou essa conta?“, questiona o futuro ministro em referência à linha de investigação para saber se houve financiamento para que o autor do quase-atentado, George Washington de Oliveira Sousa, adquirisse o arsenal apreendido.

São locais abertos, com armas. Esse problema ultrapassa a posse. Derrotamos Bolsonaro, mas não o bolsonarismo“, disse Dino sobre os acampamentos em frente a quartéis por todo o Brasil, que se tornaram ilegais.

A responsabilidade política do Bolsonaro é evidente. Estimulou o armamentismo irresponsável e atos de ataques a instituições. Mas a responsabilidade judicial ainda é cedo para falar“, declarou o futuro ministro, sobre o episódio que poderá ser usado como peça para responsabilizar criminalmente o atual presidente após sua saída do cargo, pois, em seu depoimento, o empresário bolsonarista disse que foi encorajado pelas reiteradas declarações de Bolsonaro em defesa de que a população se arme contra a “tirania” do governo.

Segundo o autor do texto no jornal, o coordenador do grupo de advogados Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, há uma conexão do autor do atentado com Bolsonaro, ainda que por enquanto seja indireta. “Não tenho a menor dúvida de que chega nele. O presidente sempre incentivou esse tipo de coisa“.

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