Fala de Onyx sobre Pinochet aumenta resistência a Bolsonaro no Chile – Ministro disse que houve “banho de sangue”, mas bases econômicas foram fixadas. Parlamentares querem presidente “persona não grata” no país.
Enviada especial a Santiago (Chile) – Aumentaram os protestos de parlamentares chilenos contra a visita do presidente da República brasileiro, Jair Bolsonaro (PSL), ao país. Agora, as mobilizações são reforçadas por uma declaração do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Em entrevista à rádio BandNews FM, Onyx justificou a ditadura chilena, comanda pelo general Augusto Pinochet entre 1973 e 1990.
“O Chile teve que dar um banho de sangue. O sangue lavou as ruas do Chile, mas as base macroeconômicas fixadas por aquele governo… passaram oito governos de esquerda e nenhum mudou as bases macroeconômicas colocadas no Chile por Pinochet”, disse o ministro da Casa Civil brasileiro.
O presidente do Senado chileno, Jaime Quintana, afirmou: “Isso é uma ofensa não só à oposição chilena e às vítimas da ditadura, mas ao país inteiro”. Ele já havia dito considerar Bolsonaro “um perigo para a democracia regional” e, por isso, declinou do convite para almoço oferecido no sábado (23) pelo presidente chileno, Sebastián Piñera, em homenagem ao colega brasileiro.
Reação semelhante teve o presidente da Câmara dos Deputados do Chile, Iván Flores, depois da frase de Onyx Lorenzoni: ele também vai boicotar o almoço a Bolsonaro e declarou publicamente seu repúdio à fala do ministro brasileiro. “É uma afronta a todos que perderam parentes e aos que sofreram violações de direitos humanos. É um desatino”, disse Flores.
Outros parlamentares de esquerda e centro esquerda se manifestaram contra a presença do presidente no país. Um grupo de deputados apresentou um projeto de resolução para que ele seja declarado “persona non grata” no Chile. A deputada Carmen Hertz disse que “ir a um almoço com Bolsonaro seria como assistir a um almoço com Hitler em 1936”.
Ao criticar o “dresscode” do jantar, um jornal chileno publicou a foto do presidente da República com um uniforme nazista.
A Juventude Comunista e organizações de defesa dos direitos humanos convocaram um protesto para esta sexta-feira (22/3) à tarde, nas ruas próximas à reunião de cúpula de chefes de Estado da América do Sul, que ocorrerá no histórico Palácio de La Moneda, em Santiago. Sede do governo chileno, o prédio histórico foi bombardeado durante o golpe de estado comandado por Pinochet. O então presidente Salvador Allende morreu dentro do palácio.
ProSul
A discussão sobre a ditadura chilena acontece no momento em que Sebastián Piñera articula um novo bloco regional, chamado até o momento de ProSul e que substituiria a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), órgão criado há quase 10 anos por inspiração de dois antigos dirigentes de esquerda no continente, os ex-presidentes do Brasil Luiz Inácio Lula do Silva e da Venezuela Hugo Chávez.
O atual chefe do Executivo federal brasileiro disse que “a Unasul já morreu, só faltou enterrarem”. Seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, afirmou que o ProSul será um “alinhamento da América do Sul à direita”. O parlamentar acompanhou o pai aos Estados Unidos e também integra a comitiva brasileira em Santiago.
Além de Piñera, outro grande incentivador do ProSul é o presidente da Colômbia, Ivan Duque. “O ProSul será uma instância de diálogo, de integração, sem ideologização”, afirmou o colombiano. Para Piñera, o foro servirá para “dialogar, colaborar, compartilhar ideias, buscar acordos que permitam que a voz da América do Sul seja escutada com mais força”.
Até esta quinta-feira estavam confirmadas as presenças dos presidentes e/ou chanceleres de oito países na reunião em Santiago. A cúpula deverá divulgar uma posição sobre a crise da Venezuela, que teve mais um capítulo com a prisão de Roberto Marrero, braço-direito de Juan Guaidó, opositor do presidente Nicolás Maduro, nesta quinta-feira.
Veja imagens do presidente Bolsonaro no Chile:











Dino Barsa para o Et Urbs Magna via Metrópoles

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ignorante nefastos, nada sabem de política e de história universal.