Bolha Imobiliária no Brasil é séria

Ninguém aguenta mais tantos imóveis. Desempregados do setor crescem em número a cada dia.

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trabalhadores-construcao-civilA especulação imobiliária que os brasileiros enfrentaram nos últimos anos com exageração atingiu seu pino recentemente – no decurso de 2014 – após uma sequência ininterrupta de lançamentos supervalorizados além da curva gráfica real. E as mazelas subsequentes já começaram a ser noticiadas na internet. Em algumas cidades do Brasil, já contabilizam-se apartamentos encalhados – como é o caso da cidade de Santos em São Paulo. Lá, o percentual de imóveis prontos e não vendidos chegou a 73% em 2014, de acordo com um estudo da imagesRobert Michael Zarif Assessoria Econômica, especializada no ramo: “Uma taxa acima de 10% já é considerada ruim” além do mais “tudo é agravado por uma tendência a piorar devido às construções que ainda não foram inauguradas” dizem. A baixa demanda está obrigando os empreendedores a negociar seus imóveis novos com até 25% de desconto. Mas esse não é um caso isolado. 2015 promete ser um ano turbulento devido ao encalhamento de tantos outros bens.
Durante toda a especulação imobiliária covarde do último triênio, a renda familiar do povo brasileiro, que havia sido fortalecida no governo Lula, generalizadamente perdeu fôlego. O país parou de crescer. A inflação apontou na esquina e, ameaçadoramente, tem sido mantida a alguma distância através da elevação dos juros. Muita gente recorreu aos distratos depois que a ficha caiu. Hoje, há grandes estoques de imóveis pelo país afora, o que gera desemprego na construção civil – setor que encabeçará os índices para este ano. E o pior resultado de toda essa manobra financeira é o arrependimento de muitos que entraram nesse barco. Quero dizer que m
uitas famílias estão amargando seu destino, o que poderia ter sido evitado em um passado recente. Muitos compradores poderiam ter migrado para locais com padrões correspondentes à suas rendas, mas caíram na lábia do grande lobo especulador e não o fizeram.
E após a farra acabar (muitos ainda vivem na ilusão de que não há bolha) é só aguardar o mercadão de imóveis iniciar uma liquidação na sua cidade, porque seus engenheiros civis, mestres-de-obras e assim por diante, já estão brigando uns com os outros para se manterem, o que certamente causará uma grande mobilidade migratória em todo o setor, se quiserem sobreviver.  Para que o leitor tenha uma ideia os bancos privados já abandonaram esse negócio de liberar financiamento para compra de imóveis temerosos pela combinação de uma bolha imobiliária com a economia descendente do país. E a Caixa Econômica Federal certamente não irá suprir o mercado na ausência dos outros bancos. A coisa irá mesmo se complicar devido a falta de credibilidade da nossa economia em um nível internacional. E engrossando ainda mais o caldo deste desestímulo, além do aumento dos juros, há a fuga de dólares do Brasil e a redução do crescimento da China que trará prejuízos para as exportações. Isso não é pessimismo, mas sim realismo, visto que o governo omite a situação negativa de muitas construtoras de grande porte. Sem contar com os efeitos nefastos que a Operação Lava Jato trouxeram para a nossa economia. Enfim, a máfia dos imóveis, notadamente, só está ganhando tempo, uma vez que a distorção entre os preços dos imóveis anunciados e a renda das famílias é absurda. A derrocada nos preços dos imóveis será inevitável. 
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