Bachelet assume Comissão na ONU e pode ser decisiva no caso Lula
Receba nossas atualizações direto no WhatsApp
A próxima nomeação da ex-presidente do Chile Michelle Bachelet para chefe o Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU pode representar um novo momento de protagonismo das Nações Unidas em relação à prisão política de Lula. Ela foi indicada ontem para o cargo pelo secretário-geral entidade, António Guterres, e deve ser aprovada na próxima Assembleia Geral, formada por representantes de 193 países. Bachelet tem sido uma das líderes mundiais mais atuantes na defesa de Lula e na denúncia de sua condição de prisioneiro político.
O Alto Comissariado está acompanhando oficialmente o caso de Lula há dois anos e, em 22 de maio último, recebeu o caso do tríplex para uma avaliação formal das denúncias de violações aos direitos humanos cometidas pelo Estado brasileiro contra o ex-presidente (leia aqui e veja ao final um vídeo sobre isso). O caso deverá ser examinado durante a gestão de Bachelet à frente do órgão.
Ela esteve no Brasil há duas semanas e, ao abrir o 12° Congresso da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) no Rio, defendeu a liberdade de Lula. Bachelet é médica e foi presidente do Chile por duas vezes, entre 2006 e 2010 e entre 2014 e 2018, pelo Partido Socialista. O pai dela, general da Força Aérea do Chile, defendeu o governo constitucional de Salvador Allende contra o golpe militar de Augusto Pinochet em setembro de 1973 e, por isso, foi preso, torturado e morto pela ditadura. Michelle e a mãe foram presas dois anos depois, igualmente torturadas, ficaram presas por um ano e partiram para o exílio, que durou até 1979.
No início de julho, ela foi a articuladora de uma carta de 43 personalidades chilena dirigida ao Poder Judiciário brasileiro na qual protestavam contra a prisão de Lula e pediam a garantia de sua presença na eleições de 2018: “Consideramos que uma eleição presidencial sem Lula como candidato poderia ter sérias impugnações de legitimidade e aprofundaria ainda mais a crise política que o Brasil tem que superar” (aqui). Poucos dias depois, mais 52 personalidades políticas do Chile decidiram endossar o manifesto, entre elas a senadora Isabel Allende (aqui). A embaixada brasileira no Chile, instada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nascido no Chile, recusou-se a receber uma delegação dos signatários da carta.
Há uma articulação para que Bachelet faça uma visita a Lula em Curitiba. Ela pretendia fazer isso quando esteve no Brasil para o congresso da Abrasco, mas o encontro não aconteceu. Ela tem se manifestado publicamente contra o golpe brasileiro e em defesa de Lula, no Chile, no Brasil e em viagens internacionais.
A NOMEAÇÃO DE BACHELLET
O secretário-geral da ONU, António Guterres, escolheu a ex-presidenta do Chile, Michelle Bachelet, para ser a nova chefe de direitos humanos da organização, disseram diplomatas nesta quarta-feira (8).
A indicação de Bachelet agora precisa ser aprovada pela Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros. Ela substituirá Zeid Ra’ad al-Hussein, da Jordânia, que vai deixar o cargo no final do mês após mandato de 4 anos em Genebra.
A vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, informou a decisão a um grupo de embaixadores na terça-feira, disseram diplomatas, falando sob condição de anonimato.
Bachelet, vítima de tortura durante a ditadura de Augusto Pinochet, presidiu o Chile duas vezes desde a retomada da democracia no país em 1990.
Ela foi presidenta do Chile pela primeira vez de 2006 a 2010. Seu estilo amável, políticas de bem-estar social e crescimento econômico estável em um dos países mais desenvolvidos da região a tornou uma líder popular.
Depois, Bachelet liderou a ONU Mulher, que promove a igualdade de gênero e o empoderamento feminino, entre 2010 e 2013, antes de voltar ao Chile onde foi presidente novamente de 2014 a 2018.
NAS REDES SOCIAIS
Receba nossas atualizações no WhatsApp
Subscreva Et Urbs Magna no Youtube
Curta Et Urbs Magna no Facebook
Grupo no Facebook PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO
Et Urbs Magna no Twitter
Pingback: BACHELET, QUE JÁ DEFENDIA LULA E AGORA ESTÁ NA ONU, PODE SER DECISIVA NO PROCESSO DO PETISTA | Espaço de walter