Paulo Freire é o primeiro e único brasileiro a ser representado na Universidade inglesa de Cambridge. A imagem mostra um rosto estátua no corredor da instituição / Foto: Divulgação | Estátua do presidente Bolsonaro, jogada num ferro-velho em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul / Foto: Reprodução | Sobreposição de imagens
PROGRESSISTAS POR UM BRASIL SOBERANO
Após desaparecer, estátua de Bolsonaro é reencontrada em ferro-velho no RS, enquanto o educador, desafeto do governo do presidente, que este ano o chamou de “energúmeno”, tem seu rosto em obra que o homenageia na famosa Universidade inglesa
Uma grande coincidência fez com que uma homenagem da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, ao filósofo e pedagogo patrono da Educação no Brasil, Paulo Freire, fosse noticiada ao mesmo tempo que o reaparecimento da estátua do presidente Jair Bolsonaro, feita para o fiasco do golpe de 7 de setembro.
Enquanto o rosto do educador ganhou estátua em um corredor da instituição de ensino inglesa, a imagem construída em metal para representar o ‘mito’ de seus seguidores, que não pode ser chamada de obra, dada a sua construção desproporcional, foi encontrada em um ferro-velho, num depósito do Detran da cidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em meio a carcaças.
A construção metálica chegou a ser erguida para as manifestações pró-governo de 7 de setembro e depois foi removida para ser instalada em outro local, mas devido a polêmicas desapareceu.
Agora, ei-la jogada em meio a carcaças, fotografada em condição humilhante e compartilhada nas redes sociais pelo vereador Leonel Radde (PT) de Porto Alegre.
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Enquanto isso, do outro lado do Atlântico, Paulo Freire, que caso fosse vivo completaria 100 anos em 2021, mas mesmo morto tem sido vítima de fake news de seguidores de Bolsonaro desde que ele assumiu a Presidência em 2019, foi homenageado por um grupo de acadêmicos britânicos da Universidade de Cambridge.
Em um dos corredores da biblioteca da Faculdade de Educação, foi instalado, nesta semana, um busto em bronze reproduzindo o rosto do pensador, que se torna primeiro brasileiro a ganhar uma homenagem na instituição, sob a justificativa de representar um símbolo de “tolerância e diálogo” em tempos de “guerra cultural” no ambiente acadêmico, conforme noticiou o Globo.
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Inacreditavelmente, e contrastantemente, este ano, Bolsonaro chegou a se referir ao Patrono da Educação Brasileira como energúmeno, justamente quando o filósofo se tornou mais lido do que nunca, devido às comemorações do centenário de seu nascimento.
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A estátua adquirida pela Universidade de Cambridge foi criada pelo artista plástico Murilo Sá Toledo. A obra é idêntica às dezenas de bustos encomendados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para celebrar o centenário de Freire, neste ano, em assentamentos espalhados pelo país.
No Reino Unido, a instalação da estátua foi marcada pela realização do seminário “Por que o espectro de Paulo Freire está assustando a direita brasileira?“, sobre o significado político do legado do autor.
