Ex-ministro da Justiça, Torres estava na Flórida durante o ataque de 8 de janeiro, mesmo lugar em que estava o ex-presidente Bolsonaro – EVARISTO SA / AFP
Bolsonaristas não discutem mais “se ele é culpado ou inocente”, relata jornalista em matéria sobre a fala de um senador que o visitou neste sábado (6/5)
O bolsonarista delegado da Polícia Federal, ex-ministro da Justiça e ex-Secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, que está “preso há quase cinco meses” por suposto envolvimento em tentativa de golpe de Estado, por ter se ausentado do Brasil no 8 de Janeiro, será expulso da corporação e ainda terá o salário de cerca de R$ 30 mil mensais cortado, informa Lauro Jardim, no ‘Globo‘.
Segundo o texto do jornalista, “a Polícia Federal abriu um processo administrativo que deverá resultar no corte do salário que o ex-ministro da Justiça ainda recebe. Sua remuneração como delegado da PF é de cerca de R$ 30 mil mensais. Num segundo momento, o lance mais radical: Anderson será expulso da corporação“. O ex-Secretário tem depoimento na PF, nesta segunda-feira (8/5).
Neste domingo (7/5), cinco senadores visitarão Torres, que no sábado (6/5) já recebeu a visita de “Eduardo Gomes, Rogério Marinho, Magno Malta e Jorge Seif, do PL, e Márcio Bittar, do União Brasil“, além de seus pais. Segundo estes, o ex-ministro “está com aparência muito debilitada pelo tempo de detenção e emocionalmente abalado por estar desde o início de janeiro sem ver as duas filhas“, relata o jornalista Chico Alves, no UOL.
“Abatido e bem mais magro do que quando apareceu em público pela última vez, Torres chorou muito no encontro com os parlamentares. Não parecia, porém, adoentado ou com dificuldade de se comunicar. Para os senadores, a aparência de Torres é decorrência de seu estado emocional“, diz o texto.
Alves escreve que “Eduardo Gomes explicou que não discute se ele é culpado ou inocente, mas defende o mesmo ponto de vista emitido pela Procuradoria-Geral da República, de que Torres pode responder ao processo sem ficar preso“.
A autorização para as visitas dos senadores partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira (5/5), mesma data em que manteve a prisão do ex-ministro no 4º batalhão da Polícia Militar, onde ele está custodiado desde o início de janeiro. O magistrado disse não ser necessária a transferência para um hospital penitenciário, “conforme relatório médico e concordância da defesa”, como informou a ‘CNN‘.
Ao todo, 38 senadores iniciaram visitações ao bolsonarista preso. Moraes vetou a visita dos senadores Marcos do Val e Flávio Bolsonaro, “tendo em vista a conexão dos fatos apurados no presente Inquérito com investigações das quais ambos fazem parte”.
Segundo a matéria, a aprovação refere-se apenas aos congressistas e não pode ser estendida a terceiros. As visitas devem ocorrer em grupos de até cinco senadores, aos sábados e domingos, desde que previamente agendadas com o comando do batalhão.
Os senadores autorizados foram: Rogério Marinho, Styvenson Valentim, Oriovisto Guimarães, Tereza Cristina, Luiz Carlos Heinze, Zequinha Marinho, Izalci Lucas, Rodrigo Cunha, Jaime Bagattoli, Carlos Viana, Cleitinho, Laércio Oliveira, Ciro Nogueira, Esperidião Amin, Eduardo Gomes, Carlos Portinho, Plínio Valério, Chico Rodrigues, Jayme Campos, Magno Malta, Damares Alves, Hamilton Mourão, Efraim Filho, Eduardo Girão, Alan Rick, Professora Dorinha Seabra, Wellington Fagundes, Astronauta Marcos Pontes, Jorge Seif, Mecias De Jesus, Hiran Gonçalve, Vanderlan Cardoso, Lucas Barreto, Wilder Morais, Márcio Bittar, Sérgio Moro, Dr. Samuel Araújo e Irajá.