Combate à violência de gênero pode impulsionar revolução na América Latina
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Após 20 horas de debate entre congressistas e centenas de milhares de pessoas nas ruas, a legalização do aborto na Argentina deu seu passo mais importante na história. A lei aprovada na Câmara dos Deputados define que as mulheres poderão optar pelo aborto com até 14 semanas de gestação e o procedimento poderá ser feito em no máximo 5 dias após o requerimento, em qualquer hospital ou clínica do sistema de saúde pública do país.
O texto ainda terá que passar pelo Senado. Se aprovado, o país se somará ao Uruguai e à Guiana – os únicos da região onde o aborto é legalizado.
Antes de nos aprofundarmos no tema, vale lembrar que o movimento #NiUnaAMenos, de 2014, foi o maior movimento feminista no território nos últimos anos e que encontrou eco em todos os países da América Latina. A primavera feminista latino-americana contagiou movimentos, ocupou mais de 100 cidades da região, inspirou ações e fez surgir novas representações políticas. Criou também uma realidade em que as mulheres invadiram e ocuparam as ruas sem medo para a defesa de suas próprias vidas e, portanto, sem a opressão da polícia e com a aderência de múltiplos atores sociais, inclusive a própria mídia, estabelecendo a violência de gênero como uma das maiores causas no continente.
Dito isto, façamos uma conexão entre os 2 momentos. Se o primeiro – o movimento #NiUnaAMenos – nasce a partir de múltiplos feminicídios que abalaram o país inteiro, o segundo – a aprovação da lei – apresenta um vínculo conector à violência de gênero, que trata da liberdade, coletividade e da preservação da vida das mulheres.
E, para além da luta pela igualdade de gênero e direitos das mulheres, essas conquistas apontam também para uma outra inovação: a inclusão de um novo fazer político ligado a um comportamento e princípios femininos.
A empatia, a formação de redes de apoio e coletividade, o diálogo, o afeto, o cuidado, a colaboração e a pedagogização são valores femininos que, ao se incorporarem nas regras do jogo da política, adquirem espaços novos de fala e articulação, formando pontes mais consistentes, capazes de conduzir as demandas de diferentes grupos e locais.
Esses princípios – em oposição às tradicionais estruturas patriarcais – criam relações mais fortes e provocam o aprofundamento das demandas políticas, incluindo toda a sociedade no debate e abrindo cada vez mais espaço para vozes femininas em movimentos, candidaturas e lideranças. Dessa forma, a inovação política encontra terreno para se alastrar e fazer a chave de transformação.
A luta contra a violência de gênero na América Latina – território que mais mata mulheres por serem mulheres e tem o maior número de gestações indesejadas do mundo, segundo a ONU – tem potencial de conduzir uma das maiores mudanças culturais sociopolíticas dos últimos tempos, principalmente em um ano em que ocorrem eleições em pelo menos 8 países: Costa Rica, Paraguai, Colômbia, Brasil, Venezuela, Honduras, El Salvador e Peru. Esta é uma boa notícia para todas as mulheres da América Latina, um grande passo para a região e uma onda que não vai parar.
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