“Vidas de milhões de brasileiros foram colocadas em risco” por conta de “modelo falho” usado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, que “trabalha sempre com pedido de suplementação orçamentária”
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), do Grupo de Trabalho da Transição de Desenvolvimento Regional, afirmou em seu perfil no Twitter que “os recursos para ações de resposta a desastres no Brasil estão quase zerados.”
“É gravíssimo, principalmente nesse período de chuvas intensas”, prossegue o senador, completando que as “vidas de milhões de brasileiros foram colocadas em risco porque” a pasta “trabalha sempre com pedido de suplementação orçamentária nesses casos“.
Randolfe diz que “o modelo é falho, pois parte dos desastres ocorre periodicamente (chuvas de janeiro, etc) e pode ocorrer atraso na resposta ao se aguardar a suplementação!”
“É só a ponta de um iceberg de descaso”, diz o congressita.
O senador afirmou também, na tarde desta quinta-feira (1/12), na sede da equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que o governo de Jair Bolsonaro é um “cemitério de obras paradas”, como mostra a transcrição de sua fala no portal de notícias Metrópoles.
No evento participaram também o ex-governador Camilo Santana e o deputado distrital Leandro Grass (PV-DF): “O Brasil lamentavelmente não tem política de desenvolvimento regional”, disse Randolfe. “O ministério é um cemitério de obras paradas”.
O relatório elaborado pelo grupo mostrou que 80% das obras estão em áreas de alto índice de desenvolvimento econômico e social, mostrando “desestruturação de políticas públicas”.
Randolfe também criticou a fusão do Ministério das Cidades e do Ministério da Integração que resultou no MDR. Segundo ele, foi uma “fusão mal planejada”, com um mau direcionamento dos recursos. A transição vai sugerir a separação das pastas, mas a sugestão ainda não foi apresentada ao presidente eleito.
“Encontramos uma ação pulverizada em emendas de relator sem destinação de recursos de obras estruturantes”, declarou Randolfe, que pontuou que 64% do total do orçamento do MDR foi voltado para o chamado orçamento secreto.
De acordo com o relatório apresentado pelo grupo, é necessário um total de R$ 5 bilhões para tocar as atividades do MDR em 2023, mas a previsão do orçamento é de apenas R$ 3 bilhões. “É necessário um redirecionamento ou iremos ter desastres”, concluiu o senador.
