Ato religioso nada convencional, a Procissão do Macarrão é realizada anualmente por adeptos pastafarianos seguidores da (não tão séria) Igreja do Monstro de Espaguete Voador e, eventualmente, é dispersada pela polícia e por ativistas ortodoxos indignados com a “palhaçada” realizada em público.
Muitos serviços de Imprensa e da Polícia do mundo inteiro dizem que os “religiosos” chegam e tentam realizar um comício, em praça pública, que dificilmente é aprovado pelos dirigentes das cidades. A “Igreja”, que também considera que seus fiéis são o seu rebanho, foi fundada em 2005 por Bobby Henderson, um auto-declarado “vagabundo” proveniente de Oregon, EUA, de acordo com o website deste movimento exótico.
Pastafarianos usam escorredores de macarrão nas cabeças, adoram o Monstro de Espaguete Voador e acreditam que sua religião foi fundada por piratas, além de considerar toda sexta-feira um feriado religioso e não se levarem a sério.
O escorredor de macarrão é um símbolo religioso. Em 2013 um homem checo ganhou na justiça o direito de usar o objeto em foto oficial da identificação de seu governo.
Os pastafarianos realizam a “procissão do macarrão” em datas comemorativas. Na Rússia, por exemplo, houve uma procissão que comemorou o aniversário do ator Robert De Niro, quem interpretou um personagem apelidado de “Macarrão” em 1984 em um drama sobre a máfia de Sergio Leone intitulado Era Uma Vez Na América, de acordo com a declaração postada na web. Na ocasião, houve a interrupção e dispersão pela polícia de choque e militantes anti-motim de um grupos de ortodoxos denominado Vontade de Deus, de acordo com uma mensagem oficial dos pastafarianos russos em um site de rede social.
O Vontade de Deus tem realizado numerosas manifestações contra gays russos e tentam impedir os motins causados pelas apresentações de bandas de punk rock, como o The Pussy que teve dois de seus integrantes condenados a 24 meses de prisão por vandalismo em agosto de 2012. “Fui detido por estar simplesmente caminhando com uma peneira na cabeça”, disse um “fiel” da Igreja do Monstro do Espaguete Voador.
Embora a presente religião tenha atrelada às suas origens notório teor satírico, é importante a percepção de que essa constitui uma religião plenamente válida, equiparável a qualquer outra, sendo e devendo ser reconhecida e tratada com tal. Nela encontram-se as mesmas características marcantes e determinantes de qualquer outra religião: um conjunto estruturado de crenças, ritos, tomo sagrado, milhares de seguidores ao redor do globo, e outros mais. Nestes termos, não deve perante a lei – pelo menos em estados laicos – sofrer discriminação alguma, gozando no Brasil, em acordo com os preceitos constitucionais, inclusive da isenção de impostos relativos ao imposto predial associado aos seus locais de reuniões. Se a natureza ou razão de ser das crenças de cada religião forem usadas para caracterizá-la ou descaracterizá-la como “válida” ou não, ter-se-á que pensar qualquer outra religião sob as mesmas regras (à luz da ciência?), e praticamente todas perderão tal status frente às leis vigentes, pois suas crenças são em tudo igualmente fundadas: em pura fé.