Bolha Imobiliária no Brasil não estoura mas começa a murchar.
Nos últimos dias surgiram comentários que o Brasil acompanhará uma crise após a Copa do Mundo, ou seja, haverá outro “crash” no planeta que se originará nos EUA e que será sentido aqui, especialmente no trato com o setor imobiliário. Agora, investidores deste mercado estão dizendo que tudo não passa de boato quando, visivelmente, estão tentando defender seu ganha-pão garantindo que está tudo bem e tentam acalmar os ânimos dos envolvidos no ramo em um contra-ataque meramente apaixonado, pois que sua didática argumentativa carece de uma boa base de dados com fundamentação na realidade econômica do país.
Ora, eles precisam sobreviver, não é? Mas todos nós também, por isso não nos deixemos iludir com suas recentes publicações em que preveem um insistente aquecimento do mercado de imóveis. Isso é impossível, uma vez que os preços dos imóveis já atingiram, historicamente, seu ápice derradeiro. Lembrando que este teve uma ascensão recorde (maior que a do Japão) a nível mundial tendo elevado seus preços em mais de 200%, extraordinariamente acima do PIB e da inflação nacionais em um período de pouco mais de 5 anos deixando muita gente com um lucro exorbitante em suas negociações oportunistas e especulativas. A grande realidade é que a economia do país padece e carece de soluções muito mais morais do que práticas, a exemplo do conhecido e já folclórico tráfico pútrido de influências que insiste em ocorrer nas três esferas do poder nacional e que é denominado de corrupção. Mas isso é uma outra história.
Voltando à questão, o Sindicato das Empresas de Habitação paulista, em uma previsão notadamente ilusionista, publicou em fevereiro que acredita em uma estabilização dos preços, mas revelou o óbvio: não há mais espaço para o crescimento do ramo. Em outra publicação, um diretor com mais de 20 anos de experiência financeira de uma empresa de investimentos voltada para pessoas físicas aconselha a espera para a aquisição de um imóvel explicando que a inflação corrói seu valor real quando estabilizado, acrescentando que a tendência é um esfriamento do mercado nos próximos anos.
Esse desaquecimento será, ainda, ajudado pelo lançamento de mais unidades ainda em construção, quando ocorrerá a inevitável luta pela sobrevivência de um setor que também tem contas a pagar. Esperam-se que tais imóveis novos tenham preços mais competitivos forçando à uma queda dos preços dos usados em um verdadeiro murchamento da dita bolha. Isso sim devemos esperar e não um estouro como ocorreu nos EUA onde as características das negociações são bem diferentes das nossas.
E para provar tudo o que digo, novamente menciono o Índice Fipe Zap que trata especificamente da performance e estatísticas dos imóveis dentro de seu mercado.o qual é um espelho confiável das práticas de preço em todo o Brasil. Selecionei alguns exemplos abaixo onde é possível notar a variação de queda entre alguns bairros pesquisados em Curitiba, notadamente nos últimos três meses. Claro que há bairros onde a curva está ascendente, mas ocorre especialmente onde o poder aquisitivo supera os demais bem como pelo fato de acompanhar o padrão de cidades diretamente influenciadas de maneira abrangente pela Copa do Mundo, no caso o Rio de Janeiro que teve seus gráficos com linha em aclive neste mês demonstrando uma realidade especulativamente falsa.
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