Ex-diretor-geral da PRF de Bolsonaro foi capturado no aeroporto de Assunção e deve ser extraditado ao Brasil para cumprir pena integral de 24 anos de detenção, agora com possíveis acréscimos por crimes como falsidade ideológica e descumprimento de medida judicial
Assunção, Paraguai/Brasília, 26 de dezembro 2025
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi detido no Paraguai, na madrugada desta sexta-feira (26/dez), após uma tentativa de evasão internacional que envolveu a violação de medidas cautelares impostas pela Justiça brasileira.
De acordo com informações da Polícia Federal (PF), Vasques rompeu a tornozeleira eletrônica em Santa Catarina e cruzou a fronteira sem permissão judicial, dirigindo-se ao país vizinho com o objetivo de prosseguir viagem para El Salvador.
A captura ocorreu no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, onde ele tentava embarcar em um voo utilizando um passaporte falsificado, o que agravou sua situação legal e destacou falhas no sistema de monitoramento de réus condenados.
A ação foi resultado de uma operação conjunta entre a PF e autoridades paraguaias, que agiram rapidamente após o alerta sobre a ruptura do dispositivo eletrônico.
Fontes da PF indicam que Vasques deixou o território brasileiro de forma clandestina, possivelmente por rotas terrestres na região fronteiriça, explorando vulnerabilidades geográficas entre os dois países.
A fuga surge no contexto de sua condenação recente pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 16 de dezembro, a 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento em uma trama golpista relacionada às eleições de 2022.
Na ocasião, ele foi acusado de usar a estrutura da PRF para interferir no processo eleitoral, incluindo bloqueios rodoviários que beneficiariam candidatos específicos.
Além da pena privativa de liberdade, a sentença incluiu suspensão de direitos políticos, inelegibilidade e pagamento de indenização coletiva no valor de R$ 30 milhões.
Antes da fuga, Vasques ocupava o cargo de secretário de segurança pública em São José, Santa Catarina, com salário de R$ 18,4 mil mensais, mesmo sob monitoramento eletrônico – uma nomeação que gerou controvérsias em janeiro deste ano.
Agora, com a prisão no exterior, ele deve ser extraditado ao Brasil para cumprir a pena integral, enfrentando possíveis acréscimos por crimes como falsidade ideológica e descumprimento de medida judicial.
Especialistas em direito penal apontam que esse episódio reforça a necessidade de aprimoramentos tecnológicos em sistemas de vigilância, como tornozeleiras, para prevenir evasões semelhantes em casos de alta relevância política.
A PF enfatizou a eficiência da cooperação internacional na operação, destacando que “a tentativa de fuga foi neutralizada em poucas horas após o alerta”, o que demonstra a integração entre forças de segurança na América do Sul.
O caso continua sob investigação para identificar eventuais cúmplices na obtenção do documento falso e na logística da escapada, mantendo o foco na accountability de ex-autoridades envolvidas em atos contra a democracia.

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