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Cúpula Mercosul termina sem declaração conjunta devido a racha entre Lula e Milei

    Crise na Venezuela e pressão militar dos EUA implodem consenso diplomático em Foz do Iguaçu

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    O Presidente
    O Presidente Lula ladeia presidente s e representantes dos países do MERCOSUL em Foz do Iguaçu durante foto oficial do encontro / Ricardo Stuckert

    Foz do Iguaçu, Paraná, 21 de dezembro 2025

    A 67ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, realizada neste sábado (20/dez) em Foz do Iguaçu, Paraná, consolidou um dos momentos de maior tensão diplomática da história recente do bloco.

    O que deveria ser um encontro para celebrar avanços comerciais terminou em um racha explícito: pela primeira vez em anos, os líderes não conseguiram chegar a um consenso para uma declaração conjunta final.

    O motivo central? O abismo ideológico entre o Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Argentina, Javier Milei, sobre a crise na Venezuela.

    O clima, que já era de frustração devido ao novo adiamento do acordo com a União Europeia, azedou definitivamente quando o tema Venezuela entrou na pauta.

    Lula, mantendo a linha de cautela diplomática e resistência a intervenções externas, alertou para os riscos de uma escalada militar na região, especialmente diante da postura agressiva do governo de Donald Trump nos EUA.

    “Uma intervenção armada na Venezuela seria uma catástrofe humanitária para o Hemisfério Sul e um precedente perigoso para o mundo”

    Do outro lado, Javier Milei não poupou adjetivos para atacar o regime de Nicolás Maduro e saudar a postura de Washington. O líder argentino classificou Maduro como um “narcoterrorista” e defendeu que a pressão externa é o único caminho para a “libertação” do povo vizinho.

    “A ditadura atroz e desumana do narcoterrorista Nicolás Maduro lança uma sombra escura sobre a nossa região. Esse perigo e essa vergonha não podem continuar existindo”

    Um Bloco Fragmentado: Declarações Paralelas

    A divergência foi tão profunda que o Mercosul se viu obrigado a adotar uma solução de “emergência”: um comunicado oficial burocrático, assinado por todos, que sequer mencionava a palavra “Venezuela”, e um segundo documento paralelo.

    Este segundo texto, de tom muito mais duro, foi assinado apenas por Argentina (Líder da iniciativa/Libertário/Direita), Paraguai (Direita/Conservador), Bolívia (Direita)e os estados associados Panamá (Estado Associado/direita-conservador), Equador (Centro-Direita) e Peru (centro-direita).

    O Brasil e o Uruguai (liderado por Yamandú Orsi) optaram por não endossar o documento que exigia a “libertação imediata de cidadãos arbitrariamente privados de liberdade” e a “volta da democracia”, por entenderem que a linguagem agressiva poderia legitimar uma intervenção estrangeira.

    Além da Geopolítica: O “não” da União Europeia

    A cúpula também serviu para formalizar o desapontamento com a União Europeia. A assinatura do acordo comercial, esperada para este mês, foi empurrada para janeiro de 2026.

    Lula passou a presidência pro tempore do bloco para o Paraguai sob um clima de “vazio” diplomático, marcado por um aperto de mão protocolar e frio entre ele e seu homólogo argentino.

    Retrato de Alexandr Wang discutindo o futuro da colaboração homem-IA, capturado por Ethan Pines para Forbes.



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