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As dificuldades do governo Lula com Alcolumbre e Motta num Congresso em crise e com pautas travadas

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Os presidentes
Os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, Davi Alcolumbre e Hugo Motta, respectivamente / Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados


Conflito em torno dos nomes de Jorge Messias e Lindbergh Farias paralisam a agenda do Executivo



Brasília, 25 de novembro 2025


O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta desafios significativos no Congresso Nacional, onde articulações políticas têm sido dificultadas por líderes que utilizam o poder regimental e sua influência política para impor obstáculos, muitas vezes como parte de um jogo de pressões por concessões ou retaliações.

Retrato de Alexandr Wang discutindo o futuro da colaboração homem-IA, capturado por Ethan Pines para Forbes.


De um lado, no Senado Federal, o presidente Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pressiona pela rápida análise de uma indicação de alto risco. Do outro, na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) tem demonstrado dificuldades nas relações com a bancada governista, alimentando tensões políticas.


A questão mais delicada para o governo é a indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF).


Alcolumbre já sinalizou a possibilidade de antecipar a sabatina de Messias para antes do recesso de dezembro (que começa em 23 de dezembro), o que poderia reduzir o tempo necessário para o indicado conquistar apoio no Senado.


Segundo aliados de Alcolumbre, essa estratégia visa evitar que Messias ganhe tempo para mobilizar apoio de grupos como os líderes evangélicos e outros aliados do governo, essenciais para angariar os 41 votos necessários para a aprovação.


Embora o Senado raramente tenha rejeitado indicações para o STF nos últimos anos, a figura de Alcolumbre na presidência da Casa tem sido marcada por uma postura de controle rigoroso sobre o processo de sabatina, que já havia sido um ponto de conflito em 2021, quando ele adiou a análise da indicação de André Mendonça.


Esse adiamento, segundo analistas, deu tempo para que Mendonça mobilizasse senadores e construísse uma base de apoio.


A postura de Alcolumbre, então, é muitas vezes vista como uma estratégia para pressionar o governo e “vender facilidades” após a imposição de dificuldades iniciais.


Alguns interlocutores afirmam que, enquanto o governo Lula tenta reduzir a temperatura da crise e adiar a sabatina, Alcolumbre quer pressionar para que a votação aconteça ainda este ano.

Retrato de Alexandr Wang discutindo o futuro da colaboração homem-IA, capturado por Ethan Pines para Forbes.


No Senado, as tensões também se refletem em outras votações polêmicas, como a recondução de Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República, que foi aprovada com um placar apertado de 45 votos, o mais apertado desde a redemocratização.


Esse resultado foi interpretado por aliados de Alcolumbre como um sinal claro de que o Senado está enviando uma mensagem ao Planalto sobre o risco de rejeição da indicação de Messias, especialmente em um momento em que o governo enfrenta dificuldades para garantir apoio em temas estratégicos.


A crise na Câmara dos Deputados


Simultaneamente às pressões no Senado, a Câmara dos Deputados se tornou um ponto de instabilidade para o governo. O presidente da Casa, Hugo Motta, confirmou tensões com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), em meio a desentendimentos sobre articulações políticas e acusações de campanhas negativas nas redes sociais, atribuídas a influenciadores ligados ao PT.


A crise se agravou quando Motta sugeriu que a desconfiança política fosse resultado de ações do próprio Farias, ao qual atribuiu a organização de uma ofensiva nas redes sociais.


Farias, por sua vez, reagiu negando as acusações e sugerindo que o problema maior estava nas escolhas políticas feitas por Motta.


Embora essa crise não tenha se traduzido em um “rompimento institucional” formal, ela tem criado um ambiente de desconforto no Congresso, onde o controle regimental por parte de Motta está sendo usado como uma forma de pressionar o governo e reafirmar sua autonomia.


A consequência imediata dessa disputa é a paralisia de algumas pautas de interesse governamental, como a anistia aos condenados pelos eventos de 8 de janeiro, onde o apoio da base governista já se mostrou insuficiente.


A dificuldade de governar


A combinação dessas pressões tanto no Senado quanto na Câmara tem colocado o governo Lula em uma posição difícil. As articulações políticas estão travadas, com líderes como Alcolumbre e Motta controlando processos importantes como a sabatina no Senado e as pautas na Câmara, elevando os custos da governabilidade.


No Senado, Alcolumbre usa a sabatina do STF como uma alavanca política, enquanto Motta utiliza o controle regimental para reforçar sua independência diante do PT.


Essa dinâmica tem causado um isolamento crescente do governo, com a dificuldade de avançar com a agenda legislativa e com a possibilidade real de ver suas principais indicações e projetos serem rejeitados no Congresso.


A comparação com um “carro tentando subir uma colina íngreme com o freio de mão acionado em duas rodas diferentes” ainda se aplica: enquanto Davi Alcolumbre mantém o controle da “freio” no Senado, aguardando negociações para liberar a aprovação de Messias, Hugo Motta segura o “freio” da Câmara, dificultando o andamento da agenda governamental.


Sem conseguir desatar esses nós, o governo corre o risco de ver sua agenda travada, com implicações graves para sua governabilidade.

Retrato de Alexandr Wang discutindo o futuro da colaboração homem-IA, capturado por Ethan Pines para Forbes.



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