Tem algo muito, muito grave que precisa ser dito. De onde saiu esse número de R$ 1 TRILHÃO?
São 25 anos de renúncia fiscal estimada de R$ 40 bilhões por ano, dadas as estimativas atuais de exploração de petróleo do Pré Sal.
Se há um lado bom, é esse. A grana não vai sair do caixa hoje. Ela simplesmente não vai entrar nos próximos 25 anos e isso pode ser revertido por um próximo governo progressista (oremos!).
Renúncia fiscal em si não é um erro. O conceito de renúncia fiscal foi pensado não só pra atrair empresas, mas para que nos primeiros anos de operação elas peguem esse dinheiro que não pagarão, a título de incentivo, e reinvistam na cadeia produtiva.
Então na verdade você não estaria, em tese, renunciando à arrecadação, mas arrecadando menos agora pra que daqui 10 ou 15 anos você arrecade mais, com sobras.
Só que, com o tempo, essas renúncias fiscais se tornaram instrumentos de favorecimento mesmo, de afirmação de relações espúrias entre megaempresários e governos corruptos.
Como rolam esses favorecimentos? Troca de favores políticos como doações de campanha (que agora será via pessoas físicas), mas tem outros métodos também.
O fato é que essas renúncias fiscais não tem compensação futura, e a contrapartida são coisas estilo “construir uma escola nova na base eleitoral do deputado que fez lobby pela aprovação da renúncia fiscal”.
Então pra empresa é um lucro imenso, elas tem deputados em sua mão e ao mesmo tempo ganham R$ 500 milhões em renúncia fiscal pra fazer contrapartidas de R$ 5 milhões que além de tudo ajudam a reeleger o deputado que ajuda a conseguir novas renúncias fiscais.
É um círculo vicioso. E isso torna a sociedade refém de gente que sequestra o estado para usar todos os seus recursos com o objetivo de favorecer grandes conglomerados empresariais.
Aí não tem como o estado ser eficiente mesmo. O estado é refém de interesses privados. E daí os liberais acham a ocasião perfeita pra vender o discurso do estado ineficiente como forma de sucatear ainda mais o estado, vendendo seus recursos a ESSAS MESMAS EMPRESAS!
Como isso é na prática uma apropriação indevida e prejudica a todos exceto a esses megaempresários e aos políticos envolvidos, esses caras não tem respaldo na urna pra continuarem fazendo. Mas isso eles resolvem com marketing.
Bem, existem situações como a atual, tão escancaradas que nem marketing resolve. Como lidar?
Diversionismo “olha o peladão” e gritaria “Fake News”. Discurso moralista tacanho pro povo esquecer que tá sendo roubado por essa galera.
Entenderam como o discurso moralista tacanho do MBL (que não deu uma palavra sobre esse R$ 1 TRILHÃO aí) está intimamente relacionado a tentativa de legitimar esse monte de relações espúrias entre políticos ruins e empresas desonestas?
Fonte: @nadanovonofront
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