‘Trump pode não entregar o cargo dando coerência à sua demência’, diz Veríssimo
18/10/2020
Nos EUA, dizem que o presidente “não é louco” para isso, caso perca a eleição, mas o colunista adverte: “Ele é louco!”
Em sua coluna do Estadão deste domingo (18), o escritor, humorista, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, autor de teatro e romancista Luís Fernando Veríssimo cria um diálogo fictício onde o presidente dos EUA, Donald Trump, é ‘convidado’ a se retirar de sua ‘cadeira presidencial’ para ir à posse do novo líder americano, ao que o presidente derrotado nas urnas responde: “(…) o presidente sou eu. E não pretendo sair daqui tão cedo. Temos que deter esse impostor, o Biden“.
Veríssimo acha que vivemos um período da “História em que tudo que pode acontecer, acontecerá” e recomenda:
“Prepare-se para o próximo meteorito“.
O escritor diz que no país do Norte das Américas “argumentos racionais contrários a esta possibilidade” são resumidos na frase “Ele não é louco”, mas Veríssimo acha que ele é e que ainda se ignoram o “fato evidente” de que “ele é louco”.
O colunista também diz que se Trump não for louco ele “já cometeu loucuras no cargo que mais uma, a última, não fará diferença, e ainda dará uma espécie de coerência à sua demência“.
A partir da afirmação, Veríssimo cria o diálogo entre o presidente dos EUA e um agente do serviço secreto que trabalha na residência oficial.
Na conversa que transcorre no Salão Oval, além de Trump se negar a desocupar o cargo para Biden, a quem chama de “impostor”, ele ainda pega as algemas do servidor da agência americana e se prende à própria mesa dizendo:
“Agora ninguém me tira daqui. Nem o Putin, pedindo com jeito“.
“Precisamos impedir que a nação seja entregue a um velho de cabelos brancos com cara de farmacêutico aposentado, depois de quatro anos com meu bronzeado e meus cabelos dourados”, diz, ainda, o Trump imaginado por Veríssimo.