Seria “covardia” não me candidatar à Presidência, diz Collor no Senado

Em um discurso de 21 minutos, o senador Fernando Collor de Mello (PTC-AL) anunciou no plenário do Senado a sua pré-candidatura à Presidência em 2018. Em uma fala recheada de elogios ao seu governo entre 1990 e 1992 e a sua “maturidade”, o ex-presidente atacou o espírito de renovação e polarização política e classificou como “covardia” a sua não participação no processo eleitoral.

“O íntimo do meu sentimento público me diz que seria covardia de minha parte renunciar à verdade e desviar de mais um desafio que o destino me impõe. Os temores da história não podem preceder aos atores da modernidade. Reunir a experiência, a coragem, o equilíbrio e a maturidade é uma dívida que não admite mais moratória”, afirmou.

Segundo pesquisa Datafolha divulgada em 31 de janeiro, Collor estreou na pesquisa com índice entre 1 e 3%, e rejeição alta, de 44%.

Em seu discurso, o ex-presidente criticou o que classificou como um forçado espírito de renovação política e defendeu um “novo pacto federativo” para aglutinar no governo os “melhores quadros” de esquerda e direita.

“Não precisamos de revolução, mas de evolução. Da mesma forma não precisamos de renovação, mas de inovação. Somente assim conseguiremos esculpir o Brasil definitivamente entre as grandes potencias mundiais”, disse.

Collor voltou a dizer, como em seu anúncio em Alagoas, que sua disposição à candidatura vem para suprir o vácuo deixado de lideranças de centro.

“O Brasil quer uma liderança que consiga fazer a sociedade se espelhar, uma liderança que faça renascer a esperança e otimismos do país. Precisamos de um centro democrático que não se prenda a meros rótulos de esquerda e direita, que promova interação entre os setores público e privado, mas que também saiba atribuir a cada ente sua específica competência. É essa a grande esperança da maioria da população, e daí uma esperança de cobrir esse vácuo”, pontuou.

O ex-presidente disse ainda que espera um “julgamento isento” para sua candidatura e, se eleito, terá três eixos determinantes: “alavancar novamente o pais a priorizar a excelência na educação, a abrangência pública para a saúde e a mão pesada do Estado na segurança pública”.

Collor votou a lamentar sua saída precoce da Presidência, mas disse que hoje tem mais maturidade para voltar ao cargo.

“Minha postulação possui o suporte da experiência de prefeito, governador e presidente, e a experiência parlamentar. É essa maturidade em quase 40 anos de vida pública, aliado a todas essas agruras que passei, que me fizeram compreender que, na política, a menor distância entre dois pontos é aquele que oferece menor resistência”, disse.

Collor já foi presidente do país entre 1990 e 1992, quando se tornou o primeiro chefe da República a sofrer impeachment.

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