“Que golpe?”, pergunta jornalista: Após eleições generais parecerão bando de “maria fofoca”

O golpe já foi dado em 2016, diz Cristina Serra em recado aos militares: “Vistam o pijama e devolvam-nos o país que vocês destruíram. Não estão satisfeitos com 550 mil mortos?“, escreve

Vai ter golpe? Não. Já teve. Não sei se você lembra, mas foi em 2016, contra Dilma Rousseff“, escreve a jornalista e escritora Cristina Serra, na Folha de S. Paulo deste sábado, dia do #24J. Em seu texto ela afirma que o generalato mais parecerá um bando de “maria fofoca” após as próximas eleições, que serão diferentes de 2018. “Sem ódio“. E dá conselho aos militares: “Vistam o pijama e devolvam-nos o país que vocês destruíram. Não estão satisfeitos com 550 mil mortos?“.

Serra resumiu a história do golpe contra Dilma, o que dura até hoje: Teve o tuíte golpista do general Villas Bôas ao Supremo, Lula foi preso, não pôde participar da eleição e Bolsonaro foi eleito, enquanto as instituições, claro, funcionavam normalmente. Sim, teve o Moro, hoje, sabe-se, um juiz suspeito“.

A jornalista concentra-se nos fatos atuais após afirmar que “tudo ia muito bem para essa gente. Mas, no meio do caminho tinha uma pandemia“.

Demorou, demorou, mas, ufa, finalmente, as instituições se mexeram e foi criada a CPI da Covid. Eis que os senadores descobrem fortes indícios de corrupção na negociação para comprar vacinas! As suspeitas envolvem coronéis e o general da ativa que foi ministro – e também encostam em Bolsonaro“, prossegue Cristina Serra.

Mal nas pesquisas, Bolsonaro, a quem Serra chama de “arauto do caos“, “intensificou a pregação golpista contra a urna eletrônica e as eleições, contando, agora, com o reforço escancarado do ministro da Defesa, Braga Netto, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo. A ameaça do general foi direcionada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o mesmo que com seus poderes hipertrofiados se recusa a analisar os pedidos de impeachment contra o presidente.”

E explica o que é o centrão de Lira, para onde Bolsonaro correu em busca de apoio: “Na rapina do dinheiro público“, a turma “escalpela, dilacera as vísceras e termina o repasto triturando os ossos até o tutano. O híbrido de governo miliciano, centrão, liberais defensores do Estado esquelético e militares saudosos da ditadura ainda vai produzir muitos sobressaltos“.

Cristina Serra, por fim, avalia que “o Brasil que irá às urnas em 2022 é muito diferente daquele que votou com ódio em 2018“.

E tudo o que os generais herdeiros de Ustra conseguirão com seus arreganhos é se parecer cada vez mais com um bando de “maria fofoca”, metidos num disse me disse de golpe. Generais, vistam o pijama e devolvam-nos o país que vocês destruíram. Não estão satisfeitos com 550 mil mortos?“, pontua.

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