PF faz operação contra PCC devido a plano para matar Moro, esposa e filhos, além de agentes públicos

O ex-ministro da Justiça transferiu vários chefes da facção, entre eles o ‘Marcola‘, para o sistema penitenciário federal. Flávio Dino confirma que “foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos , dentre os quais um senador e um promotor de Justiça”

A PF (Polícia Federal) realiza, na manhã desta quarta-feira (22/3), uma operação contra a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) devido à descoberta de um plano para matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), sua esposa, a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil-SP), os filhos do casal, além de agentes públicos e outras autoridades.

Ao menos nove pessoas já foram presas, todas no estado de São Paulo. Um promotor de Justiça também estava entre os alvos do grupo, afirmou o ministro da Justiça, Flávio Dino, sem contudo divulgar seu nome, tampouco o de Moro.

Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho“, escreveu Dino no Twitter.

A PF disse que membros de um grupo da facção, principalmente em São Paulo e Paraná, pretendiam extorquir pessoas após sequestrá-las. Outros alvos da operação batizada como ‘Sequaz‘ também estão em Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.

O senador e ex-juiz federal afirmou em suas redes sociais que fará “um pronunciamento à tarde na tribuna do senado“. Ele agradeceu à PF e à PM/PR, além das “Polícias Legislativas do Senado e da Câmara dos Deputados, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado“.

O senador Rogério Marinho (PL-RN) revelou que Moro sabia há mais de um mês do plano para matá-lo:

Ele já tinha essa informação há mais de um mês e que isso estava sendo monitorado pela Polícia Federal. Houve um desfecho para se prender os criminosos que estavam engendrando este plano. A polícia estava fornecendo segurança a Moro e sua família“, disse Marinho em entrevista ao UOL News, nesta quarta-feira (22/3).

A operação ‘Sequaz‘ tem por objetivo desarticular o grupo que “pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades, incluindo homicídios e extorsão mediante sequestro, em pelo menos cinco unidades da federação“, disse a PF.

Enquanto ministro da Justiça no governo Bolsonaro, Moro transferiu vários chefes da facção, entre eles o ‘Marcola‘, do sistema penitenciário estadual para o federal, de São Paulo para Brasília, em fevereiro de 2019. Meses depois, o líder do PCC seguiu para uma unidade federal em Rondônia e depois retornou para a capital federal.

Além dele, outros 21 integrantes da cúpula da facção foram transportados naquele momento em um avião das Forças Armadas, a partir do aeroporto de Presidente Prudente (SP).

Os ataques contra Moro e outras autoridades, de acordo com a apuração e divulgação na Folha de S. Paulo, ocorreriam de forma simultânea. O promotor alvo era Lincoln Gakiya, de São Paulo, que atua há anos em investigações sobre a atuação do PCC.

A ‘Sequaz‘ cumpre 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.

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