O ‘Tumor Bolsonaro’ deveria ter sido preso, diz colunista em texto que pergunta “por que Michelle recebeu R$ 89 mil de Queiroz”

“As instituições e a imprensa absorveram Bolsonaro da mesma forma que um corpo doente hospeda um tumor”, destaca a jornalista sugerindo que o parasita, de “carreira longeva e medíocre”, um dia vai matar o hospedeiro

O “Tumor Bolsonaro” é título do texto da opinião de Cristina Serra, da Folha, que afirma que o presidente deveria ter sido preso quando, ainda deputado federal, fez apologia à tortura caracterizando crime de lesa-humanidade durante seu voto na Câmara pelo impeachment da ex-presidente Dilma. Na ocasião em que a petista foi enxotada da presidência pelo golpe que resultou na incessante interrupção de direitos sociais de trabalhadores brasileiros, Bolsonaro homenageou o torturador Brilhante Ustra, o algoz da militante contra a ditadura, e tripudiou: “O pavor de Dilma Rousseff”.

Cristina Serra diz que as instituições e a imprensa absorveram Bolsonaro da mesma forma que um corpo doente hospeda um tumor, sugerindo que o parasita um dia vai matar o hospedeiro. De fato, o presidente viveu episódios recentes na história política do país em que foi visivelmente favorável ao fechamento do STF e Congresso Nacional.

O texto da jornalista é encerrado, após uma evolução em que aborda o maucaratismo do chefe do executivo, pela pergunta mais repetida hoje nas redes sociais: “Jair Bolsonaro, por que Michelle recebeu R$ 89 mil de Queiroz?” – questão que supostamente originou a resposta agressiva do presidente (“Minha vontade é de encher tua boca de porrada”) a um jornalista do Globo.

Os comentários De Cristina Serra foram registrados em uma composição violentamente crítica sobre o fracassado editorial da Folha de São Paulo intitulado ‘Jair Rousseff’ que, segundo a jornalista, foi um ultraje à Dilma:

A fusão dos dois nomes é um ultraje à ex-presidente. O título chamativo não poderia ter prevalecido sobre o simples bom senso ou o respeito à história de Dilma Rousseff”.

Cristina serra (folha)

As instituições funcionaram normalmente quando deveriam agir contra a grave apologia direcionada ao torturador“, diz Cristina sobre o “ato inaugural de ascensão ao poder” do então deputado federal Jair Bolsonaro.

A colunista da Folha acrescentou que o erro vem desde quando o Superior Tribunal absolveu o militar ao ignorar provas de sua participação em um plano para a explosão de bombas em quartéis, dando a deixa para o então capitão “iniciar carreira parlamentar tão longeva quanto medíocre, marcada por ofensas a mulheres, negros e homossexuais e pela defesa da tortura e da execução de uns 30 mil“. Dezenas de vídeos nas redes sociais comprovam os sentimentos repulsivos estabelecidos no pensamento e no coração do presidente.

“As instituições, inclusive a imprensa, absorveram Bolsonaro como um corpo doente se acostuma a hospedar um tumor. Um dia, o tumor explode e mata o hospedeiro. A propósito: “Presidente Jair Bolsonaro, por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?”, pontua Cristina Serra.

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