Youssef fez acordo de delação premiada e foi solto em 2016. A nova prisão tem como base representação da Receita Federal por crime tributário
A Polícia Federal prendeu nesta segunda-feira (20/3), no município litorâneo de Itapoá (SC) o doleiro Alberto Youssef, um dos pivôs da Lava Jato, por determinação do juiz federal Eduardo Fernando Appio, que assumiu a cadeeira da 13ª Vara Federal em Curitiba, que foi do hoje senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
Apontado como operador do PP (Partido Progressista) na Petrobras, Yousseff já havia sido preso durante a primeira fase da operação, em março de 2014, após ser condenado pelo então juiz a penas que somaram mais de 120 anos de prisão.
O doleiro deixou o regime fechado em 2016, graças a um acordo de colaboração premiada, quando expôs como funcionava o esquema de corrupção na estatal.
Na decisão que ordena a prisão, tomada no âmbito de uma representação fiscal para fins penais aberta pela Receita Federal, Appio afirma que o ex-doleiro não devolveu todos os valores de que se beneficiou ilicitamente, leva vida “privilegiada” e deixou de informar à Justiça Federal dados atualizados sobre seu endereço, conforme informou a Veja.
O juiz federal também revogou a decisão que havia suspendido o caso por dez anos.
“O relatório fiscal para fins penais da Receita Federal deixa evidenciado que o acusado não devolveu aos cofres públicos todos os valores desviados e que suas condições atuais de vida são totalmente incompatíveis com a situação da imensa maioria dos cidadãos brasileiros”, afirma Appio.
“O simples fato de que possui diversos endereços e de que estaria morando na praia já evidencia uma situação muito privilegiada e que resulta incompatível com todas as condenações já proferidas em matéria criminal“, conclui.
Eduardo Appio é crítico dos métodos do ex-juiz Moro e da antiga força-tarefa do MPF que atuou na operação.