Matéria sobre os protestos 29M no jornal alemão Junge Welt

Na Alemanha, jornal publica “Fora Bolsonaro!” em português e destaca “política corona” do presidente

“Foi exigido o impeachment do fascista”, escreveu a jornalista Ina Sembdner no Junge Welt, que editou a matéria com o grito uníssono dos movimentos do 29M pedindo a saída do presidente destacado no título e reproduzido graficamente em nossa língua nativa, para a compreensão dos leitores do país europeu

O jornal alemão Jungle Welt publicou, em sua edição desta segunda-feira (31), um artigo sobre os movimentos do ’29M’ no Brasil e deu ao título “MASSENPROTESTE IN BRASILIEN – Fora Bolsonaro! – Landesweite Proteste in Brasilien gegen ultrarechten Staatschef. Absetzung und ausreichend Impfstoff gefordert“, o que significa “PROTESTOS EM MASSA NO BRASIL – Fora Bolsonaro! – Protestos nacionais no Brasil contra o chefe de estado de extrema direita. Impeachment e por mais vacinas”.

Curiosamente, o editor manteve a grafia, em português, do grito uníssono contra o chefe do executivo. O portal DCM também mencionou a publicação.

Ina Sembdner endossa a matéria que afirma: “No Brasil, o ar está ficando cada vez mais rarefeito para o presidente de extrema direita Jair Bolsonaro Pelo menos quando se trata das dezenas de milhares que conquistaram as ruas do país sul-americano no sábado no maior protesto desde o início da pandemia”, destacou. 

Conforme ocorreu, Sembdner relatou no Jungle Welt que “em mais de 200 cidades foi exigido o impeachment do fascista“, e destacou que Bolsonaro é o principal acusado da má administração da crise de coronavírus no Brasil.

A jornalista escreve que “no país do presidente que minimizou a pandemia desde o início e realizou eventos em sua “homenagem“, sem qualquer medida de proteção”, o que gerou o resultado de “mais de 460.000 pessoas mortas por covid-19, de uma população total de cerca de 211 milhões“. 

Sembdner lembra que apenas 9,6% dos brasileiros foram imunizados duas vezes até agora e que Bolsonaro questiona publicamente o propósito da vacinação. “Durante as manifestações, ocorreram sinais que descrevem as ações de Bolsonaro como “genocídio” – uma indicação de que a pandemia está afetando principalmente os pobres e os afro-brasileiros“, diz.

Guilherme Boulos foi mencionado na matéria. Sua justificativa para os protestos foi destacada: “Ninguém quer ir para as ruas em meio a uma pandemia. Bolsonaro não nos deixa escolha. Eles estão aqui para defender suas vidas. Isso não podia esperar até a eleição presidencial do próximo ano“, relatou a jornalista de acordo com as palavras do coordenador do MTST.

A CPI da Covid também compõe o texto da alemã. Ela investiga “o presidente e sua política corona, que, entre outras coisas, consiste em recomendar medicamentos para tratamento sem evidências científicas e pressionar as autoridades locais para que evitem medidas para conter a pandemia“, explicou.

“Foi só em 23 de maio que Bolsonaro gritou em uma de suas manifestações que “governadores e prefeitos sem evidências científicas haviam emitido restrições e toques de recolher“, publicou a jornalista. “Estamos prontos para tomar todas as medidas necessárias para garantir sua liberdade”, reproduziu a alemã enfatizando que “seus apoiadores continuaram diminuindo“.

“Isso aparentemente não preocupa os fascistas: na sexta-feira, o portal de notícias latino-americano Telesur informou que Bolsonaro havia entrado com outra queixa no Supremo Tribunal Federal contra três estados. Ele pediu aos juízes que declarassem “inconstitucionais” os toques de recolher impostos na Bahia, no Rio Grande do Sul, em Brasília e em outros estados porque a medida sanitária era “excessiva””, afirmou a jornalista no final de sua matéria, provando que não lê as mídias brasileiras ao mencionar outra de fora do Brasil como fonte de sua informação.


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