O ministro quer saber detalhes como gastos e a agenda da viagem de um vereador ao país de Vladimir Putin. A Câmara do Rio deverá explicar sua licença oficial
Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), deu prazo de cinco dias para o presidente Jair Bolsonaro explicar o que seu filho, Carlos Bolsonaro, foi fazer na Rússia, quando a comitiva presidencial que viajou em condição oficial, mas o ‘Zero Dois’ não. O magistrado quer informações de gastos relacionadas a Carlos, como diárias, alem do detalhamento da agenda do vereador do município do Rio de Janeiro que também esteve no País de Vladimir Putin. Além disso, o ministro ordenou que a Câmara do Rio informe sobre sua licença oficial.
Segundo uma publicação do portal de notícia Brasil de Fato, o nome de Carlos Bolsonaro não consta no Portal da Transparência, onde foi divulgada uma lista de 52 pessoas, o que chamou a atenção do site, em comparação a outras viagens presidenciais. O mais curioso, diz o texto, é que por solicitação do governo russo a comitiva foi reduzida drasticamente com o objetivo de diminuir os riscos de contaminação de Putin pela covid-19, conforme revelou Bela Megale, no jornal O Globo. Devido à limitação imposta pelo líder russo, Bolsonaro cortou ministros que viajariam com ele. À jornalista, funcionários do Itamaraty afirmaram que um dos principais focos da viagem era a cooperação de tecnologia militar.
É do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) o pedido que originou a decisão de Alexandre de Moraes. O congressista acionou o STF contra a presença de Carlos e do assessor Tércio Arnaud [líder do chamado “gabinete do ódio”] na mesma viagem que o presidente fez a Moscou de 14 e 16 de fevereiro.
De acordo com a transcrição feita pelo jornalista José Marques, na Folha de S. Paulo, Randolfe disse na solicitação a Moraes que:
Randolfe ainda citou acusações de que a Rússia seria o país de origem de uma série de ataques hackers relacionados à votação do brexit, em 2016, no Reino Unido, e às eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2016 e 2020.
Em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, na última segunda (28/2), Bolsonaro comentou a ida do seu filho à viagem:
Após o pedido de Randolfe, a Procuradoria-Geral da República afirmou que não havia identificado irregularidade na presença do vereador e de Tércio na comitiva e pediu ao Supremo que solicitasse mais informações sobre a viagem, de forma facultativa.
Mas Alexandre de Moraes não seguiu a manifestação da PGR e determinou as explicações. A ordem foi tomada no âmbito do inquérito das milícias digitais antidemocráticas:
ORA, É ÓBVIO QUE O MELIANTE FOI FAZER UM APRIMORAMENTO DE MALDADES PARA SEU GABINETE DO ÓDIO, E NÓS PAGANDO A EXCURSÃO!!CANALHAS!!