Manifesto de petroleiros no Dia do Trabalhador exige liberdade para Lula

“A liberdade política de uma liderança operária é essencial para o equilíbrio de uma sociedade”, diz manifesto do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF)

Neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizou, junto aos seus sindicatos espalhados pelo Brasil, atos em suas bases contra o anúncio feito na última semana, pelo atual presidente da Petrobras, sobre a venda de oito refinarias do Sistema.

Além de denunciar o desmonte da estatatal, os petroleiros intensificaram a campanha pela liberdade do ex-presidente Lula. Os Arcos da Lapa, no Rio de Janeiro, por exemplo,amanheceram com uma faixa em referência ao ex-metalúrgico. A iniciativa foi do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (SindipetroNF).

De acordo com os trabalhadores,  “a liberdade política de uma liderança operária é essencial para o equilíbrio de uma sociedade”.

Em manifesto, os petroleiros do SindipetroNF alertam para a banalização do trabalho no Brasil, a alta do desemprego, o desmonte do Estado brasileiro e a necessidade que recai sobre a classe trabalhadora de se mobilizar na defesa de uma de suas principais lideranças.

“Podem gostar ou não dele, faz parte. Lula é um grande ator político e, obviamente, não é maior que a classe trabalhadora brasileira. Contudo, é impossível negar que quando ele abre a boca chama os holofotes para si e traz a tona assuntos que os trabalhadores esperam esclarecer e que dificilmente são pautados pela mídia patrocinada pelo mercado”.

Confira a íntegra.

Manifesto: aprisionaram nossa voz e atacaram nossa dignidade

Há tempos o Brasil não presencia um dia comemorativo tão amargo e cruel.

O 1º de Maio de trabalhadores e trabalhadoras brasileiras, veio antecedido de tragédias desumanas, como o genocídio de trabalhadores da mineração em Brumadinho, promovidos pela empresa de mercado Vale e a morte de jovens trabalhadores no Centro de Treinamento do clube mais popular do país.

A banalização da vida trabalhadora chegou a níveis alarmantes e desumanos, por isso, não há absolutamente nada a se comemorar nesse dia, apesar do muito a se refletir.

Os números que aparecem na grande mídia, são juros altos, cortes profundos e perdões de grandes dívidas. Enquanto o desemprego continua a se espalhar e, com ele, a miséria e a fome, ninguém parece se importar em dizer do que o trabalhador brasileiro vai se alimentar.

Esse primeiro de Maio é, acima de tudo, um grito pelo mínimo de dignidade. Milhares de brasileiros, nesse momento, choram a morte de um familiar, seja pela falta de saúde, pela violência ou por trabalho precário. Não há condições de pensar um país desenvolvendo bons trabalhos carregando o peso de tantas tragédias.

Esse grito sufocado, lembra muito uma outra voz silenciada, a do ex-presidente Lula, uma das maiores lideranças trabalhadoras da história do país.

Podem gostar ou não dele, faz parte. Lula é um grande ator político e, obviamente, não é maior que a classe trabalhadora brasileira. Contudo, é impossível negar que quando ele abre a boca chama os holofotes para si e traz a tona assuntos que os trabalhadores esperam esclarecer e que dificilmente são pautados pela mídia patrocinada pelo mercado.

É necessário, por exemplo, um alguém que diga que corte no orçamento da saúde, por exemplo, desestabiliza milhões de famílias que adoecem. É bom alguém lembrar que políticas pró geração de emprego são possíveis, e não apenas reformas que só retiram direitos ou achatam salários.

Há, entre trabalhadores e trabalhadoras, aqueles que se encontram acuados e temerosos dessa situação tão complicada. Há aqueles que acreditam em partidos ou não, gostam de políticos ou não, votaram em A ou B. Sob qualquer perspectiva, a classe trabalhadora sofre arduamente nos tempos atuais e precisa participar da vida do país, com o poder condizente com o tamanho de quem produz as riquezas do país.

A liberdade política de uma liderança operária é essencial para o equilíbrio de uma sociedade. O paradoxo capital e trabalho é inerente à estrutura política do país, portanto, amordaçar uma figura que dialoga com boa parcela dos trabalhadores e trabalhadoras, principalmente o mais pobres, é, no mínimo, dificultar o princípio básico do contraditório, justamente para quem mais precisa.

Por isso, defender a liberdade de expressão do operário Lula é essencial para contar com uma liderança, dentre outras grandes do país, de alto potencial de mobilização nas ruas e nas redes e , com isso, poder aumentar o coro de vozes prontas para soltar o grito pelo o mínimo de dignidade.

Para isso, com a solidariedade de sempre, seguiremos resistindo, inspirados pela vontade de melhorar as condições dos nossos companheiros e companheiras trabalhadoras. Juntos somos mais fortes.

via Revista Fórum


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