Constituição proíbe vínculo de fardados com legendas
Nesta quarta-feira (15/3), buscando aproximação com a caserna, o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, almoçaram com o Estado Maior da Marinha, em Brasília, no mesmo momento em que um comunicado da Força deu 90 dias para que militares da ativa se desfiliem de partidos políticos, sob pena de punição.
A mensagem foi enviada em um Boletim de Ordens e Notícias após a identificação de nomes, o que é proibido, segundo a Constituição. O texto do BONO diz que a Marinha tem o “propósito de cumprir a legislação vigente“.
Após prazo de 90 dias, “sem que haja a correspondente desfiliação, serão adotadas as medidas disciplinares cabíveis em decorrência do eventual descumprimento da norma constitucional“, diz o informe, de acordo com transcrição no jornal O Globo.
Lula passou quase três horas reunido com o almirantado e demonstrou estar à vontade com os militares, voltando a falar que quer fazer investimentos na área de Defesa, tendo escalado Geraldo Alckmin (PSB), para coletar as prioridades de cada uma das Forças.
O vice-presidente recebeu o comandante do Exército, Tómas Miguel Ribeiro Paiva, e o chefe do Estado-Maior da Força, general Valério Stumpf, que apresentaram alguns dos seus projetos prioritários.
A efetividade da aproximação de Lula com militares dependerá de outra sequência de gestos, como visitas e almoços a outras Forças, as propostas de investimento e o encaminhamento para o Congresso da PEC que obriga militares a se desligarem das Forças Armadas para disputar e assumir cargos públicos.