Lula aciona auxiliares para minimizar impactos de sua decisão de escolher entre Messias ou Dino para o STF

O Advogado-Geral da União, Jorge Messias, em foto de Evaristo Sá / AFP | O Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, em foto de Marcelo Camargo / Agência Brasil | Sobreposição de imagens

“… o motivo é que correntes do PT, parte da militância e movimentos afirmativos vêm pressionando para que o Palácio do Planalto opte por uma mulher ou por uma pessoa negra

São cada vez mais concretas as chances do Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolher entre o AGU (Advogado-Geral da União), Jorge Messias, e o MJSP (Ministro da Justiça e Segurança Pública), Flávio Dino (PSB), para a próxima vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), a ser desocupada pela ministra e presidente da Corte, Rosa Weber, que se beneficia da aposentadoria compulsória, por completar 75 anos de idade em 2 de outubro. A magistrada nasceu no ano de 1948.


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Por este motivo, o estadista “acionou interlocutores próximos e auxiliares de confiança para tentar minimizar os impactos negativos junto à opinião pública e segmentos sociais“, conforme escreveram os jornalistas Renan Truffi e Fabio Murakawa, no Valor Econômico‘.

Segundo o texto, “o motivo é que correntes do PT, parte da militância e movimentos afirmativos vêm pressionando para que o Palácio do Planalto opte por uma mulher ou por uma pessoa negra“.

De acordo com a mídia, “o fundador e coordenador do Grupo Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho, que foi advogado do PT e é filiado à sigla“, além de ter “bom trânsito entre correntes internas da legenda e movimentos da sociedade civil que militam nessa área“, foi “imbuído dessa tarefa“.

Lula não pode corrigir sozinho “as distorções” de um sistema de Justiça que reproduziria a lógica “machista e racista” da sociedade brasileira. “As duas únicas mulheres que integram o STF foram nomeadas pelos nossos governos, assim como a imensa maioria das que integram as demais cortes. Recentemente, Lula nomeou a primeira mulher negra para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ratificando o seu compromisso sincero com um sistema de Justiça mais diverso, inclusivo e verdadeiramente representativo de nossa sociedade”, afirmou em entrevista recente, segundo a matéria.

A publicação diz ainda que a deputada federal pelo Paraná, e Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, “também tem entoado o coro contra a pressão para que Lula escolha uma pessoa preta ou do sexo feminino“.

A pressão para que uma mulher seja escolhida para o STF acabou por levar alguns nomes para a mesa do presidente. O mais bem avaliado é o da advogada criminalista Dora Cavalcante, dirigente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), que também é ligado ao Prerrogativas.

Além dela, integrantes do governo passaram a defender a escolha da ministra Regina Helena, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Correndo por fora, há ainda Simone Schreiber, desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

Apesar disso, de acordo com auxiliares, Lula insiste em escolher alguém que seja de sua extrema confiança. “Se tivesse uma mulher com quem o Lula tem uma relação parecida com a construída com o Messias, ele já teria nomeado”, disse um interlocutor.

O advogado-geral da União, inclusive, está em campanha aberta pela vaga. (…) Apesar desse esforço, o titular da AGU tem perdido espaço, nas últimas semanas, para o atual ministro Flávio Dino (PSB-MA). Isso porque o maranhense passou a receber apoio, nos bastidores, dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do STF, o que deu alguns pontos para o ministro da Justiça. 

Segundo um ministro próximo a Lula, Dino é hoje o favorito à cadeira de Rosa Weber. Além de Dino e Messias, o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, também é citado na trinca de favoritos de Lula ao Supremo. Entretanto, a possível indicação Dantas perdeu fôlego nos últimos dias, de acordo com interlocutores do presidente“.

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