Ibovespa fecha em queda e as ações da Petrobras desabam após reajuste dos combustíveis

Abicom diz que defasagem é de 9% no diesel e 5% na gasolina, mesmo após Petrobras reajustar preços

O reajuste de preços nas distribuidoras – 5,2% da gasolina e 14,3% do diesel – não foi eficaz a ponto de impedir que as ações da Petrobras desabassem na manhã desta sexta-feira (17/6). Além disso, serviu para a perda de 100 mil pontos no índice Ibovespa – o mais importante indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão, formado pelas ações com maior volume negociado nos últimos meses.

Às 12h55, os papéis preferenciais da Petrobras (PETR3) – que oferecem ao acionista a preferência sobre o recebimento de proventos (dividendos + jcp) – apareciam com queda de 8,06% e eram negociados a R$ 29,67. Quanto às ações ordinárias (PETR4) – que dão direito de voto em assembleias e eleições empresariais permitindo que o investidor participe das decisões do negócio – caíam 7,87%, a R$ 26,79. Mais cedo, por volta das 11h, a empresa desabava pouco mais de R$ 5.

As perdas da Petrobras até foram amenizadas apenas no primeiro momento após os reajustes, quando os papéis preferencias tinham queda de 4,34% e eram negociados a R$ 30,86 e as ações ordinárias caíam 3,51%, a R$ 28,05.

A movimentação das ações da companhia estatal é determinante para o tombo de 3,5% do Ibovespa, que opera abaixo dos 100 mil pontos (99.250 mil pontos) pela primeira vez desde novembro de 2020.

O anúncio do aumento dos combustíveis ocorre no momento em que o preço da gasolina encontra-se defasado em 13% (R$ 0,57) e o do diesel em 21% (R$ 1,37) em relação ao mercado internacional, segundo a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Fundada em julho de 2017, a Abicom reúne hoje 10 importadoras / comercializadoras, com atuação em todo o território nacional, e tem como principal objetivo promover o desenvolvimento do setor de combustíveis líquidos no Brasil, com foco na expansão e garantia do abastecimento nacional, fomentando a livre concorrência e incentivando investimentos com a entrada de novos agentes no setor.

A Abicom calcula que os novos preços do diesel vendido pela Petrobras ainda têm uma defasagem de 9% em relação às cotações internacionais, mesmo depois do reajuste anunciado pela empresa, conforme noticiou o Valor Econômico.

A associação estima que a estatal precisa aumentar em média o diesel em mais R$ 0,52 por litro para atingir o preço de paridade de importação. A Petrobras anunciou que vai passar a vender o litro do diesel nas refinarias às distribuidoras por R$ 5,61 em média a partir desse sábado (18/6).

Na gasolina, a Abicom estima defasagem de 5%. A estatal anunciou que vai subir o preço médio do combustível nas refinarias para R$ 4,06 o litro. Para a associação, mesmo depois desse reajuste, ainda é necessário um aumento de mais R$ 0,22 para que a gasolina atinja as cotações internacionais vistas na tarde dessa sexta-feira.

O presidente da Abicom, Sérgio Araújo, diz que as empresas associadas à entidade seguem sem conseguir realizar importações com o atual nível de defasagem.

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