Hong Kong tem quarta onda de coronavírus e milhares de pessoas estão confinadas

“Os moradores terão que ficar em suas residências para evitar a infecção até que recebam os resultados dos exames”, disse a ministra da Saúde, Sophia Chan, a repórteres neste sábado

Hong Kong vive quarta onda de casos de coronavírus desde novembro. Foto: Jérôme Favre / EPA

Milhares de pessoas em Hong Kong receberam ordens de permanecer em suas casas no primeiro confinamento de coronavírus da cidade, enquanto as autoridades lutam contra um surto em um de seus distritos mais pobres e densamente povoados.

A ordem proíbe cerca de 10.000 pessoas que vivem em vários blocos residenciais no bairro de Jordan, na Península de Kowloon, de deixar seus apartamentos, a menos que apresentem um teste negativo.

As autoridades disseram que planejavam testar todos dentro da zona designada dentro de 48 horas “para atingir a meta de zero casos no distrito”.

“Os moradores terão que ficar em suas residências para evitar a infecção até que recebam os resultados dos exames”, disse a ministra da Saúde, Sophia Chan, a repórteres neste sábado (23).

A mídia local noticiou que qualquer pessoa que esteve na área restrita por mais de duas horas nas últimas duas semanas também deve fazer o teste até o final do dia de hoje.

O South China Morning Post disse que as medidas cobriram cerca de 150 quarteirões de casas, com centenas de policiais de prontidão para fazer cumprir o bloqueio.

Nos últimos dois meses, a cidade foi atingida por uma quarta onda de infecções, com mais de 4.300 casos registrados, enquanto as autoridades lutam para reduzir os números diários.

Aglomerações foram registradas em bairros de baixa renda, que são famosos por terem as moradias mais apertadas do mundo, no distrito de Yau Tsim Mong.

Hong Kong é uma das cidades mais ricas do mundo, mas sofre de desigualdade generalizada com uma grave escassez de moradias e com aluguéis exorbitantes.

A área total média de um apartamento é de 46 m², mas muitos se espremem em studios ainda menores e subdivididos em verdadeiros cubículos, que podem ter menos que 4,6 m², com banheiros e chuveiros compartilhados dentro de edifícios antigos. 

A incidência de novas infecções nesses tipos de instalações nas últimas semanas levou ao primeiro pedido de bloqueio da região e, nos últimos dias, as autoridades de saúde começaram a realizar testes obrigatórios em cerca de 70 prédios na área, mas o governo decidiu testar todos.

O bloqueio em Hong Kong criou confusão para os moradores após as restrições vazarem para a mídia local na sexta-feira sem que houvesse declaração oficial do governo até a manhã de sábado, o que causou a frustração da população ante a falta de informações claras.

Críticos argumentaram que a pobreza e a falta de moradias populares que obrigam as pessoas a viver em condições precárias eram as culpadas pelo vírus se espalhar mais facilmente em distritos da cidade.

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