Haddad vira articulador de Lula III junto ao Centrão por fidelidade “do tempo que ajudava pai na loja de tecidos”

Jornalista diz que “um dos trunfos do ministro da Fazenda tem sido só prometer o que pode realmente cumprir, em uma fidelidade a acordos” oriunda do comércio da família

Na semana passada, o ministro da Fazenda Fernando Haddad viu o projeto do novo arcabouço fiscal passar com folga no plenário da Câmara, que aprovou a proposta por 372 votos a 108, o que alçou o professos ao posto de articulador eficiente e interlocutor do Executivo junto ao Centrão, escreve Sérgio Roxo, no ‘Globo‘.

À frente da pasta, Haddad também vem se mostrando mais flexível e tem construído canais de diálogos com lideranças hostis aos seus colegas, diz resumidamente o texto.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), elogiou nesta semana a “sensibilidade gigantesca” do ministro da Fazenda com o Congresso.

A publicação diz que a relação entre Haddad e Lira é recente e que eles só se conheceram em dezembro do ano passado, quando se reuniram para discutir os termos da PEC da Transição, proposta que garantiu dinheiro extra para o governo implantar as promessas de campanha.

As discussões, na época, estavam travadas, escreve Roxo, acrescentando que uma ala da equipe de transição defendia que o futuro governo não precisava da PEC e alegava que poderia garantir a regularidade fiscal com uma liminar (decisão provisória) do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinava que as despesas com o Bolsa Família estavam fora do teto de gastos.

A posição de Haddad, a favor da PEC, porém, prevaleceu, o que lhe deu cacife tanto com Lira quanto com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Neste ano, os diálogos se intensificaram. Nos últimos dois meses, Haddad e Lira mantiveram conversas quase diárias. Segundo aliados, um dos trunfos do ministro da Fazenda tem sido só prometer o que pode realmente cumprir.

A fidelidade aos acordos vem do tempo em que ajudava o pai na loja de tecidos da família na 25 de Março, rua de comércio popular em São Paulo, observou o jornalista.

O princípio é seguido no pagamento de emendas parlamentares. Com as chaves do cofre do governo, a ordem dada pela Fazenda ao Tesouro Nacional é que os recursos acordados devem ser liberados para que a Secretaria das Relações Institucionais faça os pagamentos.

Em seu mergulho na articulação política, Haddad abriu as portas do ministério a parlamentares. O titular da Fazenda tem se mostrado disponível para discutir os projetos.

A articulação da Fazenda é reforçada pelo secretário executivo, Gabriel Galípolo, e pelo chefe de gabinete, Laio Morais. Após o expediente, a dupla costuma marcar presença nas comemorações de aniversários de parlamentares em Brasília.

Na opinião de um ministro, Haddad foi escolhido por Lula porque “é o mais liberal dos petistas”.

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