Folha deve indenizar Hang por associá-lo às fake news do WhatsApp contra o PT em 2018

Na época, a jornalista Patrícia Campos Mello, que também foi condenada, publicou matéria envolvendo o empresário na compra de pacotes de disparos em massa de mensagens no aplicativo contra a campanha de Haddad e sua legenda para favorecer Bolsonaro 

A Folha de São Paulo e a repórter Patrícia Campos Mello foram condenadas em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 100 mil ao empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, por associá-lo a grupo de empresas que compraram pacotes de disparos em massa no WhatsApp contra a campanha de Fernando Haddad em 2018, diz o próprio jornal em matéria deste sábado (05).

A sentença também determina que a Folha pague a sucumbência do processo, ou seja, as despesas e honorários que o empresário teve com seus advogados. A advogada do jornal, Taís Gasparian, afirma que entrará com um recurso contra a decisão:

“A Folha vai recorrer para o Tribunal de Santa Catarina. O jornal não concorda com o teor da sentença, há diversas provas que foram juntadas aos autos. O juiz entendeu que as provas não eram suficientes, mas a Folha vai recorrer justamente para ter a apreciação da segunda instância”

O caso ocorreu durante a campanha do segundo turno do ex-ministro de Lula, Fernando Haddad, contra o atual presidente Jair Bolsonaro, quando a jornalista afirmou, em matéria intitulada “Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp”, publicada em 18 de outubro de 2018, que Luciano Hang estaria envolvido na compra de pacotes de disparos em massa de mensagens contra o Partido dos Trabalhadores no aplicativo pertencente ao Facebook.

A prática ilegal, caracterizada como doação de campanha e vedada pela legislação eleitoral, contou, segundo Patícia Campos, com contratos que chegaram a R$ 12 milhões entre empresas como a Havan, disse a jornalista na ocasião. Os disparos alcançaram centenas de milhões de usuários.

O “Véio da Havan”, como é conhecido, entrou com processo pedindo indenização de R$ 2 milhões por ter sido citado na reportagem, o juiz achou o valor excessivo e fixou a indenização em R$ 100 mil.

De acordo com a matéria de hoje na Folha, em outro processo, Luciano Hang entrou com pedido de direito de resposta na Justiça de Santa Catarina, alegando que o jornal mentiu na reportagem e ofendeu a sua honra. Em fevereiro do ano passado, o pedido foi julgado improcedente pela juíza Andréia Régis Vaz, da Comarca de Brusque.

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