Em evento na Itália, Temer cita legados de Sarney, Collor, FHC, Lula, Dilma e o seu, mas nem lembra de Bolsonaro (vídeo)

Luiz Inácio Lula da Silva “tornou visível a pobreza” vivida por uma parcela da população brasileira e “propôs fórmulas” para combatê-la. Dilma “deu sequência” ao trabalho, disse o ex-presidente, que nem tocou no nome do antecessor de Lula – ASSISTA

Nesta quinta-feira (7/9), em Milão, na Itália, durante uma sessão da edição 2023 do LIDE BRAZIL CONFERENCE – grupo de Líderes Empresariais, fundado pelo ex-governador de São Paulo, João Doria, e presidido por seu filho, João Doria Neto, o ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que existe no Brasil “uma democracia extraordinária”.

Visto pela comunidade progressista brasileira como o “golpista” que aceitou substituir a Presidenta Dilma Rousseff após sua derrubada em um golpe de Estado disfarçado de impeachment, Temer argumentou sobre os legados dos chefes do Executivo brasileiros, desde o governo iniciado por José Sarney (15 de março de 1985 a 15 de março de 1990), que sucedeu Tancredo Neves, eleito indiretamente após a ditadura, mas morreu antes de tomar posse.

A fala de Temer abrangeu Fernando Collor de Mello (15 de março de 1990 a 29 de dezembro de 1992), que recebeu impeachment e foi substituído por Itamar Franco (29 de dezembro de 1992 a 1º de janeiro de 1995), bem como Fernando Henrique Cardoso (1º de janeiro de 1995 a 1º de janeiro de 2003), Luiz Inácio Lula da Silva (1º de janeiro de 2003 a 1º de janeiro de 2011, e agora novamente desde 1º de janeiro de 2023 até a atualidade, além de Dilma Rousseff (1° de janeiro de 2011 a 31 de agosto de 2016) e, também, o próprio Temer (31 de agosto de 2016 a 1º de janeiro de 2019).

Ele, no entanto, não citou o ex-presidente Jair Bolsonaro (1º de janeiro de 2019 a 1º de janeiro de 2023), que foi o primeiro presidente do Brasil a não conseguir uma reeleição consecutiva de um mandato para o outro, pois foi derrotado para Lula e, mais tarde, veio a ser declarado inelegível, pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por abuso de poder econômico enquanto estava no cargo.

O governo que chega quer destruir o que o governo anterior fez. Mas, confesso que no Brasil, sem embargo de uma ou outra divergência de natureza eleitoreira, o fato é que, ao longo do tempo, nós fomos reconhecendo cada avanço que cada presidente fez, especialmente a partir de 1988”, disse Temer em Milão.

Segundo Temer, a reformulação do Brasil, “depois de um período autoritário”, se iniciou com Sarney, que “permitiu a redemocratização” do Brasil. Fernando Collor de Mello, conforme o ex-presidente, “revolucionou a indústria”. Fernando Henrique Cardoso (PSDB) “fez reformas fundamentais para o país”. Luiz Inácio Lula da Silva (PT), declarou Temer, “tornou visível a pobreza” vivida por uma parcela da população brasileira e “propôs fórmulas” para combatê-la. Já Dilma Rousseff (PT) “deu sequência” ao trabalho.

Temer disse que seu legado são as reformas que fez, como a trabalhista. “Nós tivemos a coragem –mais do que a coragem, a ousadia– de promover uma grande modernização trabalhista”, afirmou Temer, acrescentando que só foi possível “mexer nesse vespeiro” uma vez que houve diálogo. “Só existe diálogo porque existe uma democracia extraordinária no Brasil. Porque as instituições democráticas estão suficientemente estratificadas, nada pode abalá-las”, declarou.

Pela primeira vez na Itália, o LIDE BRAZIL CONFERENCE reúne autoridades internacionais e nacionais, assim como gestores públicos e empresários, desde este 7 de setembro até o dia 8, em Milão.

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