“É uma falta de amor próprio o que acontece na ‘Casa Brasil’. Eu desisti de pensar o que deu errado”

Observando os manifestos internacionais que ocorrem, principalmente na América Latina ou o mais recente na França – que acarretou no recuo do governo à alteração da idade em que a população receberá o benefício da aposentadoria (LEIA) – um questionamento geral quando voltamos os olhos ao nosso país e nos deparamos com uma série de eventos destruidores que deixaria qualquer democrata que luta pela manutenção das políticas públicas indignado: “Nosso povo se rendeu”?

Guernica Amazônica – por AROEIRA (Picasso Fake)

Eu não sei se estamos rendidos. Nesse caso, eu concordo com o Luis Fernando Veríssimo quando diz “nós temos razão, eles armas” (LEIA). O Brasil não tem, e nunca terá, essa garra de sair às ruas de armas nas mãos. Quando o fez, nos idos remotos, teve o patrocínio da elite.

Eu acompanho análises de especialistas em políticas e quando falam sobre a ausência de ação da esquerda, e da oposição em geral, a sensação que eu eu tenho é que falta alguma palavra-chave para virar a fechadura do “acorde, oposição! Vá às ruas!” É como se as análises políticas conduzissem a uma reação interna previsível pelos golpistas.

Mas o nosso momento “primaveril” ocorreu em junho de 2013, no evento dos “20 centavos de reais” (o aumento da passagem dos transportes públicos). Foi um manifesto do povo. Ali não teve bandeira para sustentar a indignação. O povo estava nas ruas. Em peso. Ônibus foram queimados em várias capitais. Patrimônios públicos sofreram ações de vândalos. Agências bancárias foram depredadas. Catracas de metrô foram liberadas. E o governo? Era de esquerda. E em outubro de 2014 foi reeleito com a menor taxa de desemprego de todos os tempos do capitalismo nacional. A indignação da direita só aumentou desde então. Hoje se sabe que tais ataques foram patrocinados pela direita, inclusive a direita integralista (LEIA), e também se sabe como a direita derrubou a Dilma e chegou ao poder.

O governo Bolsonaro é o governo dos decretos. “Nunca antes, na história desse país”, um presidente assinou tantos decretos. O motivo todos sabem. Projetos que não passariam sem alterações, pelo Congresso Nacional (como a liberação da posse de armas) ou que poderiam estar fora da “urgência de plenário” da Câmara dos Deputados, foram decretados.

A maioria dos projetos de lei do governo foi modificado quando em votação. A oposição é minoria na Casa Legislativa. Por isso, não gosto do termo “a oposição está deixando o Bolsonaro governar“. Ele tem dificuldades também.

É como se um bode fosse colocado dentro da sala por um suposto comprador de uma casa à venda, mobiliada com objetos de valor. Enquanto os donos se entretinham com o bode, tentando salvar os objetos de valor, a imobiliária negociava a venda. Assim estamos. A casa “Brasil” é a sala, o Bolsonaro é o bode, o Paulo Guedes é o vendedor e os objetos de valores são: as minorias, as instituições que mais sofreram ataques do governo e as ONGs.

Se perguntarem para o Bolsonaro o que ele acha das medidas do Guedes, ele dirá que o Guedes tem razão. Se perguntarem ao Guedes o que ele acha das medidas do Bolsonaro, ele dirá que o Bolsonaro tem razão.

Isso é estratégico.

Porque enquanto ele detém (e entretém) a oposição, a imprensa noticia seus desfeitos; os analistas se indignam com a inércia da oposição e direcionam as análises para esse viés; separa a luta da oposição por setor, ou seja, ao invés de união, promove a separação das classes uma vez que estarão tentando sobreviver a esses ataques propositais, pontuais e sincronizados… E o Guedes? Fica livre para vender a casa.

O Lula, com certeza, já percebeu isso. E acho até que é ideia dele pedir ao Haddad para flertar com o centro. 40% do eleitorado está ali.

Quadro Guernica, de Pablo Picasso

O quadro Guernica de Pablo Picasso é uma das mais famosas pinturas do artista espanhol e uma das mais conhecidas do cubismo. Esta obra de arte revela os efeitos da guerra em uma população. O artista espanhol se inspirou no bombardeamento da cidade Guernica no dia 26 de abril de 1937. Neste dia, aviões alemães da Legião Condor destruíram quase completamente a cidade espanhola. Guernica (ou Gernika em basco) é uma cidade da província da Biscaia, localizada na comunidade autônoma do País Basco. Por este motivo, este quadro tem também um significado político e funciona como uma crítica à devastação causada pelas forças Nazistas aliadas com o ditador espanhol Franco. Outra possível interpretação indica que o quadro Guernica funciona como um símbolo de paz ou anti-guerra. Depois de ter sido terminado (a obra demorou aproximadamente um mês a ser terminada), o quadro fez uma digressão pelo mundo, tendo ficado globalmente reconhecido e atraindo a atenção do resto do mundo para a Guerra Civil Espanhola. Com o início da Guerra Civil Espanhola (em 1936), o falecimento da sua mãe em 1939 e o princípio da Segunda Guerra Mundial, o artista teve uma fase mais escura. Algumas das suas obras criadas nesse período revelam o seu estado de espírito mais atormentado, como por exemplo o quadro Guernica e a série de “Dona Maar”. Quando rompeu a Segunda Guerra Mundial, o artista resolveu emprestar a sua pintura ao Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA), onde esteve até 1981, ano em que regressou a Espanha.
Análise do quadro Guernica – O contexto histórico é essencial para interpretar esta obra. Na época da pintura, a Espanha vivia um conflito entre as forças Republicanas e os Nacionalistas, liderados pelo General Francisco Franco. Os Nacionalistas contaram com o apoio do exército Nazista e autorizaram os alemães a bombardearem Guernica, como forma de testarem novas armas e táticas de guerra, que viriam a ser usadas mais tarde na Segunda Guerra Mundial. Na época do ataque destruidor, Pablo Picasso estava morando na França porque trabalhava numa obra para apresentar numa Exibição em Paris a pedido do Governo Republicano Espanhol. No entanto, quando soube do acontecimento, decidiu logo abandonar a sua ideia original para criar uma obra relacionada com o ataque em Guernica.
Cores – O preto e branco foram as cores escolhidas pelo o autor, que servem para intensificar a sensação de drama causado pelo bombardeamento.
Composição – Esta é uma obra cubista, pois inclui figuras geometricamente decompostas, usando elementos surrealistas e técnicas que seriam associadas ao cubismo. O cavalo e o touro são dois dos elementos mais destacados do quadro, sendo elementos muito populares na cultura espanhola. Uma possível interpretação é que este ataque represente um ataque à cultura espanhola, uma tentativa de destruir os ideais defendidos pelos cidadãos espanhóis. Além disso, também é possível ver o horror causado nos seres humanos representados. Basta reparar nos personagens apresentados: soldado morto no chão (destaque 1) a mãe que chora a morte do filho morto nos seus braços (esquerda do quadro) (destaque 2) a mulher em desespero enquanto a sua casa é destruída por chamas (direita do quadro) (destaque 3) a mulher com a perna ferida que tenta fugir de todo o caos causado (no centro da pintura) (destaque 4) a mulher com um lampião, que parece iluminar o resto dos elementos (no centro do quadro) (destaque 5)

guernica

Alguns elementos parecem que têm algo escrito dentro, como se fossem formados por folhas de jornal. Tal traço indica como o pintor foi informado sobre o ataque ocorrido em Guernica. A espada quebrada representa a derrota do povo, que foi derrotado pelos seus opositores, enquanto os edifícios em chamas indicam a destruição não apenas em Guernica, mas a destruição causada pela Guerra Civil.
Características da obra e localizaçãoGuernica é uma pintura a óleo sobre tela de grandes dimensões, com 7.76 metros de comprimento e 3.49 metros de altura. A obra foi primeiro exibida no pavilhão espanhol durante a Exposição Internacional de Paris. Atualmente, a pintura está exposta em Madri, no Museu Nacional de Arte Rainha Sofia.
Sobre Pablo Picasso – O artista espanhol, dedicou toda a sua vida à pintura, à escultura, à gravura, à cerâmica, ao mosaico e ao desenho. É considerado por muitos críticos como o maior artista do século XX. Nascido em Málaga no dia 25 de outubro de 1881, Picasso foi autor de obras-primas consagradas como as telas GuernicaLes Demoiselles d’Avignon e A bomba da paz.

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