Com prisão revogada e prestes a depor ao juiz Appio, de Curitiba, Tacla Duran diz a Moro: “A lei do retorno é infalível”

O advogado da Odebrecht retuitou mensagem postada pelo Promotor de Justiça do RS, Pietro Chidichimo Junior, chamando o ex-juiz declarado parcial pelo STF de “oportunista, vil, rasteiro, parcial” que “agora fica marrequeando que quer respeito”

É preciso compreender que sempre foi oportunista, vil, rasteiro, parcial e atuou “just in time” para eliminar o inimigo. Agora fica marrequeando que quer respeito. Não adianta, a lei do retorno, do mundo que capota etc, é infalível“, escreveu, em seu perfil no Twitter, o Promotor de Justiça do Rio Grande do Sul, Pietro Chidichimo Junior, referindo-se ao ex-juiz federal da 13ª Vara de Curitiba, Sergio Moro.

O hoje senador pelo União Brasil do Paraná cresceu politicamente justamente por perseguir e prender o hoje Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas, poucos anos depois, foi declarado, pelo STF (Supremo Tribunal Federal), parcial e incompetente para julgar o estadista.

O advogado Rodrigo Tacla Duran, que representou a empresa Odebrecht, uma das empreiteiras que viraram alvos principais da operação Lava Jato, retuitou a mensagem do procurador gaúcho nesta sábado (25/3), a dois dias de um depoimento marcado pelo ocupante da cadeira que foi do senador, o juiz Eduardo Appio, a quem deve contar como sofreu extorsão pela equipe anterior do ex-juiz suspeito Sergio Moro, conforme escreve a redação do portal progressista de notícias Brasil247.

Segundo o site, o recado de Duran, que mora na Espanha e denunciou ter sido alvo de chantagem por parte do advogado Carlos Zucolotto, ligado a Moro, é “ameaçador“.

O portal lembra que o ex-presidente da OABRJ e atual secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous, que em 2017, juntamente com o hoje ministro da Secom, Paulo Pimenta, esteve na Espanha para entrevistar Tacla Duran, durante a fase persecutória contra Lula e o Partido dos Trabalhadores, alertou para a importância do depoimento do advogado. 

Paulo Pimenta, Rodrigo Tacla Duran e Wadih Damous na casa do advogado, na Espanha, em 2017

Quando Appio decidiu revogar a prisão de Duran, o juiz mencionou os diálogos entre Moro e membros do Judiciário paranaense, divulgados a partir de 2019 pelo The Intercept Brasil, na série de publicações que ficou conhecida como Vaza Jato, quando o ex-juiz parcial interferia na elaboração de denúncias, que deveriam ter sido sempre feitas por tão somente os promotores do Ministério Público Federal do Paraná.

Como revelado, havia uma rede subterrânea de comunicação, digna de filme de espionagem, através da qual se selecionavam provas e alvos a serem atingidos, bem como quem seriam os juízes das causas criminais segundo as preferências da acusação (que é parte no processo)“, afirmou Appio

Enquanto juiz da Lava Jato, Moro determinou a prisão política de Lula e tirou o petista da eleição de 2018. No ano seguinte, o atual parlamentar aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), mas deixou o governo alegando tentativa de interferência na Polícia Federal, subordinada à pasta.

Em 2021, o Supremo Tribunal Federal declarou a suspeição de Moro nos processos contra Lula. Na última terça-feira (21/3), o Presidente comentou a sua prisão política em entrevista à TV247. Em 2022, quando tentava candidatura ao Senado, Moro foi derrotado no TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral) de São Paulo por fraude em domicílio eleitoral. 

Após a sentença da Corte, ele foi candidato pelo Paraná. Em todos as suas decisões contraditórias, o ex-juiz sempre usou discursos para tentar criar justificativas.

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