Bolsonaro recebeu de Filipe Martins minuta de golpe com decreto para novas eleições e prisões de adversários

Jair Bolsonaro e Filipe Garcia Martins em foto publicada pelo ex-assessor nas redes sociais – Reprodução/X

Depois, o ex-presidente submeteu o teor do documento em conversa com militares de alta patente, tendo recebido apoio do então comandante da Marinha, disse Cid em delação premiada

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid relatou que logo após a derrota no segundo turno da eleição o então presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu das mãos do ex-assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, uma minuta de golpe com decreto para convocar novas eleições e prender adversários políticos.

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Na sequência, Bolsonaro submeteu o teor do documento em conversa com militares de alta patente, tendo o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, se manifestado favoravelmente ao plano golpista.

Contudo, não houve adesão do Alto Comando das Forças Armadas, informa Aguirre Talento, no ‘UOL‘. Segundo o jornalista, uma das suspeitas dos investigadores é que essas articulações resultaram nos atos golpistas do 8 de janeiro.

Talento detalhou ainda que Cid afirmou que Filipe Martins levou um advogado constitucionalista e um padre para uma reunião com Bolsonaro, que recebeu a minuta investigada para se saber se é a mesma apreendida na residência de Anderson Torres em janeiro, que determinava a decretação de um “estado de defesa” na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o objetivo de apurar supostas irregularidades nas eleições, o que poderia resultar na convocação de um novo pleito.

A delação registrou que Bolsonaro teve reuniões com militares de alta patente, mas o único apoiador foi o comandante da Marinha, almirante Garnier, que já havia dado demonstração pública contra a posse de Lula, quando se negou a participar de cerimônia de transmissão do cargo ao comandante da Marinha escolhido por Lula, Marcos Sampaio Olsen, em uma quebra de protocolo.

O tenente-coronel relata uma movimentação errática de Bolsonaro a respeito do tema. Apesar de em alguns momentos dar sinais favoráveis a planos golpistas, ele não chegou a autorizar expressamente seus auxiliares a colocar algum plano desses em prática. Os diálogos com os generais não resultaram na execução das intenções golpistas.

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