Por Piero Leirner
Et Urbs Magna
“Só para registrar na assinatura do radar: Heleno queima Bolsonaro desmentindo que segurança estava com problemas e endossa tese do lavajatismo sobre interferência na PF. Vamos lembrar que lá na fatídica reunião Bolsonaro criticou o “sistema de informações”.
Na minha opinião, tudo combinado, tanto uma coisa, quanto a outra. Todo esse teatro é feito para PARECER que há “distanciamento da área militar”. Bolsonaro sabe muito bem que é um homem bomba e seu destino é servir ao Imperador. Do contrário o “Golden parachute” não abre.
A queimação de filme do Weintraub foi um aviso para lembrar Bolsonaro e sua entourage do que acontece se não seguir o roteiro. O erro grosseiro de rever a data de exoneração no DOU foi proposital. Nem síndico de condomínio dá uma dessas.
Pazuello deu um corta-luz e grudou na tese do STF de autonomia dos estados e municípios. Daqui a pouco vai queimar o filme dizendo que Bolsonaro forçou o EB a produzir cloroquina superfaturada, ou que forçou via outras instâncias a importação do descarte dos EUA? Esse segundo ponto pode ser especialmente interessante, pois lançará a flauta mágica de que o Exército tem resistências ao alinhamento cego aos EUA.
Este último ponto é parte de um trabalho que já começou. Já existe um barulho de gente que ecoa “vozes nacionalistas” que comprou a tese de que o nacional-desenvolvimentismo não morreu nas FFAA. Isso está sendo plantado aos poucos em jornais, blogs, no defesanet e replicado por gente na rede.
Faz parte dessa jogada mais uma rodada de simulação de guerra nuclear entre Olavo de Carvalho e militares. Atente-se para o fato de que nessa guerra se envolveu o Aldo Rebelo, patrão do site nacionalista “Bonifácio”, que publica gente bacana mas também militares que estão lá no topo do consórcio governista. Isso deu combustível para Olavo dar substância à acusação de que militares são “comunistas” disfarçados. É o que eles precisam para deslocar seu espectro para o centro e se consagrarem como solução de ordem para os problemas do Estado, mais do que do Governo.
O MEC vai ser uma engrenagem essencial desse teatro (de operações). Ele vai indicar os limites dessa operação.
Houve intensa plantação na imprensa nessa semana de matérias que falam em distância dos fardados em relação à Bolsonaro. Isso ocorreu no O Globo, Valor, Folha, OESP (gritante, com cara de press release do CCOMSEx, foi pior que aquela do filho da Miriam Leitão) mas também no 247. Claro.
Somando tudo isso, a conclusão não é trivial: ou o descarte está acontecendo, ou estão fazendo PARECER que está acontecendo. As duas possibilidades não são excludentes entre si, mas projetam cenários diferentes pela frente, dependendo das alianças pós-descarte“.
xxx
“Tudo Teoria de Conspiração — tem gente que ainda vê ‘cumunistas’ na própria sombra”!