Bolsonaro diz que tem apoio das Forças Armadas para ‘cumprir a Constituição a qualquer preço’, mas vai na contramão de suas normas ao inflar novos atos contra STF e Congresso

Et Urbs Magna – Neste domingo (3), Bolsonaro desceu a rampa do Planalto para apoiar manifestantes contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o Congresso, além do ex-ministro Sergio Moro, a quem chamaram de ‘judas‘ e ‘moleque de Curitiba‘. Em uma live, afirmou que tem o povo e as Forças Armadas ao seu lado: “Peço a Deus que não tenhamos problemas essa semana. Chegamos no limite, não tem mais conversa, daqui pra frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição, ela será cumprida a qualquer preço, e ela tem dupla mão (…) acabou a paciência (…) é uma manifestação espontânea, pela democracia“.

Em live, Jair Bolsonaro observa manifestação a seu favor em frente ao Palácio do Planalto – Reprodução/Facebook (FSP)

Bolsonaro criticou a “interferência” do STF em seu governo em alusão à decisão do ministro Alexandre de Moraes de anular a nomeação de Alexandre Ramagem, amigo da família do presidente, para a Direção-Geral da Polícia Federal, além de novamente atacar governadores por medidas de isolamento social necessárias ao combate à pandemia de coronavírus, repetindo que estão destruindo os empregos no país: “É inadmissível. Isso não é bom“.

De acordo com a Folha de São Paulo, “Bolsonaro acumula mais um item a uma já longa lista de situações em que crimes de responsabilidade podem ter sido cometidos por ele na Presidência da República“.

O Jornal também destaca que há cerca de 30 pedidos de impeachment em análise por Rodrigo Maia na Câmara dos Deputados e releva que “o presidente já deu declarações falsas, insultou jornalistas e tomou medidas que contrariam princípios da Constituição” e pode ser enquadrado em crime de responsabilidade levando-o à “perda do cargo, que ocorre por meio de um processo de impeachment“.