Vitimização do presidente visa iludir eleitores sobre escândalos de corrupção no governo
Durante almoço com empresários, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira (4/4), o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que o estão culpando de tudo e repetiu um comentário registrado pelas mídias brasileiras no ano de 2021. Sob acusações de corrupção em seu governo, o chefe do Executivo afirmou que “Até quando o cara brocha em casa ele me culpa“.
“Estão me acusando de ter armado na educação compras superfaturadas de ônibus. Porra, nem a licitação foi feita ainda. E quem descobriu fomos nós. Temos compliance”, disse Bolsonaro no evento. “A esquerda quer botar a culpa em mim. Desculpa aí. Desculpa aí, mas os caras querem colocar a culpa em mim em tudo. Até quando o cara brocha em casa ele me culpa”.
“Quando assumi, já sob foco da Globo, disseram que não aguentaria 3 meses. Se a Globo acusasse com razão, tudo bem. Vocês, que são anunciantes, ajudariam muito ao Brasil, peço: não anunciem em órgãos de imprensa que mentem o tempo todo. É uma forma que temos para mudar o destino do Brasil.”
“Falhas, temos. Nós nos corrigimos quando se faz necessário, mas não é fácil. E não é só imprensa. Tem 2 ou 3 de outro Poder que ficam enchendo o saco o tempo todo. Não admitem nós trabalharmos em paz no nosso país”.
“Aqueles que falam do preço do combustível, sim, parte dele vem de endividamento da Petrobras. Se LULA tivesse feito pelo menos duas das 3 refinarias que prometeu lá atrás, não estaria faltando derivado de petróleo.”
Em fevereiro, Bolsonaro já havia afirmado à rádio Tupi de Campos dos Goytacazes (RJ), que o Brasil é “refém” da paridade de preços internacional dos combustíveis, mas que o governo trabalha para reverter o cenário de aumentos constantes dos preços. Entretanto, o presidente disse também que não pode “ser irresponsável” e interferir na política da Petrobras.
“Das 10 maiores economias do mundo, apenas o Brasil não é autossuficiente no refino do petróleo. Nós somos amarrados pela legislação à paridade de preço internacional, então somos reféns desse preço do combustível que chega de fora do Brasil”, disse o presidente, na ocasião.
De acordo com a oposição ao governo, Bolsonaro mente, pois ele poderia intervir se quisesse, mas sabe que os principais favorecidos são grandes acionistas dos EUA e segue mentindo.
No mesmo mês, LULA disse que vai acabar com a política de paridade preços da Petrobras, que obriga a empresa a repassar reajustes ao consumidor conforme o mercado internacional:
“Nós não vamos manter o preço da gasolina dolarizado. É importante que o acionista receba seus dividendos quando a Petrobrás der lucro, mas eu não posso enriquecer o acionista e empobrecer a dona de casa que vai comprar um quilo de feijão e paga mais caro por causa da gasolina“.
