Nunca tantos magistrados foram tão vistos na TV e mídias diversas quanto nos últimos tempos. Sergio Moro, ainda o rei do espetáculo, talvez os tenha despertado a atenção para o interessante universo possível da politização da justiça, como a história atual brasileira nos tem mostrado dada a partidarizacão escandalosa de alguns homens da lei.
Na véspera do julgamento do habeas corpus de Lula, as declarações e pronunciamentos dos juízes e procuradores contrários à ideologia do maior partido de esquerda da América Latina abarrotaram as páginas de notícias e os telejornais repetitivamente.
Mas chamamos a atenção para duas falas que durante a votação do HC aparentemente assumirão um discurso de oposição um ao outro. Gilmar Mendes e Cármen Lúcia. Ambos lançaram charadas imbutidas em declarações de última hora que demonstraram uma dose de indignação com um resultado que certamente já conhecem.
Mendes disse que o TRF-4 será balizado pelo resultado da votação do habeas corpus de Lula. Cármen, por sua vez, mostrou-se preocupadíssima com a ordem social após o julgamento no STF.
E há ainda outro fato desconcertante para a militância direitista. Eles produziram uma Fake News dizendo que na eventualidade da conceção da liberdade ao ex-presidente Lula, assassinos e estupradores serão soltos beneficiados pela decisão do Supremo. ‘Dá nojo’, é bem isso.
Que interpretação conclusiva, ou ao menos sensata, podemos abstrair das charadas de Gilmar e Lúcia? Algum palpite?
Por Dino Barsa