Aliados de Zanin no Congresso e Cortes preveem votos além do mínimo necessário para aprovação ao STF

O advogado Cristiano Zanin Martins, indicado pelo Presidente Lula ao STF, em foto de Antonio Cruz / Agência Brasil | Ao fundo, ministros da Corte, em foto de Carlos Moura / STF | Sobreposição de imagens

Para que seu nome seja confirmado, o advogado precisa do apoio de, pelo menos, 41 dos 81 senadores

De acordo com senadores e ministros de tribunais de Justiça superiores alinhados ao advogado Cristiano Zanin Martins, que fez brilhante defesa do agora Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a operação Lava Jato, há uma previsão de que sua aprovação como ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) se dará com 50 a 55 votos favoráveis.

Um ministro indicado pelo Presidente da República consegue a consumação do ingresso na Corte máxima de Justiça quando ele supera o número mínimo necessário de votos no Senado, que é de pelo menos, 41 dos 81 senadores atuais.

Antes de a indicação ser submetida à votação no plenário do Senado, Zanin passará por uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Os aliados do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), estimam que a sabatina e a votação da indicação no plenário ocorrerão em meados de junho.

Os titulares da CCJ que estarão na sabatina são
Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) – presidente, Sergio Moro (União Brasil-PR), Marcio Bittar (União Brasil-AC), Eduardo Braga (MDB-AM); Renan Calheiros (MDB-AL); Jader Barbalho (MDB-PA); Oriovisto Guimarães (Podemos-PR); Marcos do Val (Podemos-ES); Weverton (PDT-MA); Plínio Valério (PSDB-AM); Omar Aziz (PSD-AM); Angelo Coronel (PSD-BA); Otto Alencar (PSD-BA); Eliziane Gama (PSD-MA); Lucas Barreto (PSD-AP); Fabiano Contarato (PT-ES); Rogério Carvalho (PT-SE); Augusta Brito (PT-CE); Ana Paula Lobato (PSB-MA); Flávio Bolsonaro (PL-RJ); Carlos Portinho (PL-RJ); Magno Malta (PL-ES); Eduardo Girão (Novo-CE); Ciro Nogueira (PP-PI); Esperidião Amin (PP-SC) e Mecias de Jesus (Republicanos-RR).

Após o parecer da CCJ, o nome de Zanin será julgado pelo plenário da Casa e precisa ser aprovado com maioria absoluta. Historicamente, o Senado aprova as indicações dos presidentes, mas em algumas ocasiões houve demoras. André Mendonça, por exemplo, aguardou 141 dias para ser aprovado pelo Senado. O mesmo cenário ocorreu em 2015 quando Dilma Rousseff (PT) indicou o ministro Edson Fachin e a sabatina foi adiada duas vezes, lembra ‘O Globo‘.

Zanin
Formado pela PUC-SP, o advogado foi o autor, em 2021, do pedido de habeas corpus impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF) que resultou na anulação das condenações de Lula, após a Corte ter reconhecido a incompetência e parcialidade do então juiz Sergio Moro. A anulação das sentenças restaurou os direitos políticos de Lula — que ficou preso por 580 dias —, o que possibilitou a candidatura nas eleições de 2022, em que foi eleito presidente da República pela terceira vez.

Natural de Piracicaba, no interior de São Paulo, Zanin e sua esposa, Valeska Teixeira Zanin Martins, atuam na defesa de Lula desde 2013 e respondem pelo presidente em basicamente todos os processos criminais contra ele. Após a operação Lava-Jato, o advogado fez a representação jurídica da campanha eleitoral do petista no ano passado e participou da transição do governo, quando ficou responsável pela área de “cooperação jurídica internacional”.

Por ser advogado de Lula, Cristiano Zanin e a família foram algumas vezes hostilizados em lugares públicos. A última vez foi em 11 de janeiro, três dias após os atos golpistas em Brasília, ele foi ameaçado por um homem em um banheiro no Aeroporto de Brasília. O agressor gravou toda a cena, colocou nas redes sociais e, posteriormente, foi indiciado pela Polícia Civil do DF por três crimes.

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