jornalistas do GGN vão ao Chile mostrar a realidade da Previdência capitalizada: “Fomos ao Chile por um exemplo vivo do fracasso da aposentadoria privatizada. E trazemos a voz dos chilenos narrando o cenário sonhado por Paulo Guedes para o Brasil“
O que significa capitalizar a previdência social? Quais são os objetivos de Paulo Guedes, ministro da Economia de Jair Bolsonaro, com as mudanças na aposentadoria dos brasileiros? É o fim do que se conhece como “previdência” e o início da lógica do lucro em temas que até hoje se consideravam garantias sociais.
A resposta é unânime e vem do berço de um País que aprendeu, na prática e ao longo de 40 anos, como é deixar nas mãos de empresas, agentes financeiros, o quanto você irá receber após chegar a idade de se aposentar. O GGN foi ao Chile para escutar dos latino-americanos vizinhos como funciona esta realidade.
Iremos coletar entrevistas com especialistas e aposentados, os dois lados, para entender como uma medida considerada neoliberal mudou drasticamente o que se entende hoje por aposentadoria naquele país.
Em plena ditadura militar, a ideia foi convencida diretamente pelos chamados “Chicago Boys”, jovens chilenos economistas enviados aos EUA para aprender com Milton Friedman, na mesma fonte que Guedes foi também poucos anos depois se moldar, e passaram a ocupar postos decisivos da economia do país nos anos 80.
Essa mistura de dois polos radicais – militares e neoliberais no poder – está sendo executada no Brasil, 40 anos depois de o Chile já ter experimentado e comprovado as consequências dessa receita.
Marco Kremerman, economista e mestre em políticas do trabalho, uma das cabeças da Fundação Sol, responsável por coletar dados do desastre da aposentadoria e entender o que as chamadas AFP – administradoras de Fundo de Pensões fazem com esse dinheiro.
Andras Uthoff, doutor em economia pela Universidade de Berkeley, foi conselheiro da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e integrou equipe criada pelo primeiro governo de Michelle Bachelet (2006-2010) para tentar encontrar melhorias ao colapso.
Ricardo Ffrench-Davis, prêmio nacional de Humanidades e Ciências Sociais, fundador da CIEPLAN (Corporação de Estudos Econômicos para a America Latina), ex-assessor da CEPAL (Comissão Economica para a America Latina e Caribe), ex-presidente do Comitê das Nações Unidas de Políticas para o Desenvolvimento (CDP), e representante dos governos de Ricardo Lagos (2000-2006) e Bachelet no grupo técnico de países para o combate à fome e pobreza no mundo. Integrante da primeira turma da Universidade de Chicago, é um Chicago Boy dissidente.
Três economistas com um vasto currículo e eles, os aposentados, que mesmo admitindo ter poucas forças para lutar, quiseram colaborar com o GGN para denunciar aposentadorias miseráveis e um sistema que confessadamente não se sustenta, mantido mesmo após a redemocratização do país por uma rede de interesses do mercado, multinacionais e empresas norte-americanas, que inversamente lucram às custas dos maiores de 60 anos.
via GGN
Está claro que essa proposta de reforma da Previdência foi elaborada para atender aos interesses do capital financeiro e das classes dominantes, em prejuízo da classe trabalhadora. Sacrifica e penaliza os trabalhadores, sobretudo os das classes menos favorecidas, e beneficia os grandes empresários, vale dizer: ataca os pobres e protege os ricos. E praticamente acabará com as chances de aposentaria para grande parte dos trabalhadores
O governo mente quando diz que a reforma da Previdência acaba com privilégios, pois que na verdade essa proposta acaba mesmo é com os direitos previdenciários da grande maioria do povo brasileiro, atingindo sobretudo idosos, assalariados, pequenos agricultores e os desvalidos, que restarão desamparados.
Se o governo pretende mesmo acabar com privilégios, que comece excluindo os privilégios e regalias dos militares das FFAA. Faça o mesmo com o Judiciário, onde milhares de magistrados em todo o país recebem salários e proventos bem acima do teto constitucional.
Da mesma forma, tem-se os bancos, que sempre ostentam vultosos lucros faça sol ou faça chuva, beneficiados por generosos descontos e renúncias fiscais do governo federal. Mas isso, claro, Bolsonaro e sua equipe não querem discutir. O que eles querem é tirar dos pobres para dar aos ricos. Ao invés de tirar dos bancos e dos possuidores de grandes fortunas, o governo prefere tirar dos pobres, suprimindo-lhes direitos previdenciários e garantias que hoje lhe são assegurados pela Constituição Federal.
Quanto ao nefasto sistema de capitalização previsto na reforma da Previdência, está mais do que provado que tal sistema é extremamente prejudicial ao trabalhador. Dos 30 países que adotaram esse modelo de capitalização entre 1981 e 2014, 70% deles tiveram que voltar atrás e fizeram uma nova reforma para reverter as mudanças porque o o esse sistema de capitalização “falhou”, segundo estudo realizado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).
É importante alertar para os malefícios que essa malfadada reforma representa para a classe trabalhadora. Trata-se de um projeto ultraconservador extremamente danoso para a população, que se aprovado, resultará no aumento exponencial das populações em situação de extrema pobreza, com milhões de aposentados indigentes e idosos desamparados, fazendo aumentar sobremodo a fome, a miséria e a exclusão social no país. Só não vê, quem não quer.
O velhote safado já amealhou ilicitamente recursos para se aposentar, agora, quer continuar ferrando os terráqueos!!