Apuração sobre declaração do presidente associando vacinas ao risco de contrair Aids foi instaurada em 23 de fevereiro, a partir de inquérito aberto pelo ministro do STF, em dezembro
A Polícia Federal começou a investigar o presidente Jair Bolsonaro por sua declaração em que associou a vacinação contra a Covid-19 ao risco contrair a Aids, feita durante transmissão nas redes sociais. A apuração foi instaurada em 23 de fevereiro, a partir de inquérito aberto pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que criticou a Procuradoria-Geral da República que informou ter aberto apuração interna, em dezembro. De acordo com a PF, Bolsonaro é investigado nesse inquérito pelos crimes de epidemia, de infração de medida sanitária preventiva e de incitação ao crime.
Devido à citação, por Bolsonaro, de dados de outros países, a Coordenação-Geral de Cooperação Internacional deverá checar no Departamento de Saúde e Assistência Social do Reino Unido se o país teria divulgado em seus sites oficiais a informação, feita pelo presidente, de que “os totalmente vacinados […] estão desenvolvendo a síndrome de imonudeficiência adquirida muito mais rápido do que o previsto”, bem como conferir no Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid), dos Estados Unidos, a existência de um susposto estudo citado por Bolsonaro, informa o g1.
O presidente mencionou uma suposta publicação de profissionais doNiaid, na qual disse que a maioria das mortes da gripe espanhola teria acontecido devido a uma pneumonia bacteriana secundária, e que a proliferação dessa bactéria ocorreu pelo uso de máscaras, enquanto, na verdade, as autoridades sanitárias deixaram claro ao longo dos dois últimos anos que as máscaras previnem doenças.
A notícia falsa foi divulgada pelo presidente em uma live nas redes sociais, em outubro, e desmentida por plataformas de checagem. Na semana seguinte, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, reafirmou que as vacinas usadas no Brasil são seguras, e que nenhuma delas aumenta a “propensão de ter outras doenças”.Depois, a live foi retirada do ar pelo Facebook, YouTube e Instagram.
O ministro do STF afirmou que não caberia à Procuradoria-Geral da República abrir apuração interna já que o STF foi provocado a partir de uma notícia-crime contra o presidente e afastar a supervisão judicial. Segundo o ministro, é preciso apurar a relação entre essa fake news e a atuação de uma suposta organização criminosa investigada pelo Supremo e que envolve aliados do presidente Bolsonaro.
TARDE DEMAIS, MORAES.
É tudo farsa. Estão dando a Moraes a chance de ser aclamado pelo povo como JUSTO. No entanto, ele faz apenas jogo de cena.